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Perfil de Cristina Kirchner

Cristina Fernandez de Kirchner tem 54 anos e nasceu na província (estado) de Buenos Aires. Construiu boa parte de sua carreira política em Santa Cruz, na Patagônia. Terra-natal de seu marido, o presidente Néstor Kirchner, a província foi governada por ele durante 12 anos. Leia matéria completa

Primeira mulher eleita presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner conquistou mais de 8 milhões de votos -ou 45% do eleitorado- e venceu em quase todo o país. Mas perdeu justamente na cidade mais rica, mais populosa e mais importante da Argentina, a capital Buenos Aires.

Foi uma derrota localizada já esperada, mas doída para a atual primeira-dama. Tanto que horas depois de confirmada sua vitória nas urnas o chefe de gabinete de seu marido pediu aos portenhos (habitantes de capital federal) que "deixem de votar como uma ilha".

"Peço-lhes que a cidade [de Buenos Aires] seja parte do país, e deixem de pensar nela como uma ilha dentro da Argentina", afirmou Alberto Fernández, um dos homens fortes do governo de Néstor Kirchner, o atual presidente e marido de Cristina.

Em Buenos Aires, Cristina foi a segunda colocada na eleição presidencial, com cerca de 23,6% dos votos. A vencedora na capital federal foi Elisa Carrió, com 37,6% dos votos.

Já no total geral do país Carrió ficou com a segunda colocação, com 22,9% dos votos. E Cristina, eleita, com 44,9%.

As pesquisas pré-eleitorais já apontavam para esse desempenho fraco da primeira-dama em Buenos Aires. Seu maior eleitorado está na classe baixa e média-baixa, principalmente no interior do país.

Já Carrió baseou seu discurso de candidata na luta anticorrupção e conseguiu mobilizar a classe média mais escolarizada de Buenos Aires.em moda 'detonam' estilo Cristina

É esse público que Cristina tentará agora cativar, afirmou ao G1 o analista político Jorge Castro, diretor do Instituto de Planejamento Estratégico. "Há quem diga que o projeto político do casal Kirchner é ficar no poder por 16 anos, com mais uma eleição dele e mais uma dela. Mas para isso eles vão precisar do voto dos portenhos", disse Castro.

Ele lembra que muitas das políticas adotadas pelo presidente foram direcionadas aos argentinos mais pobres, como a manutenção das tarifas públicas (energia e transporte) a preços muito baixos e o programa de distribuição de renda.

"Mas para manter esses programas, Kirchner elevou a dívida pública e deixou a inflação aumentar, o que pode comprometer o país no futuro. E foram essas decisões, mais as denúncias de corrupção, que fizeram com que ele perdesse 15 pontos percentuais de sua popularidade, entre março e agosto deste ano, principalmente nos grandes centros urbanos, como Buenos Aires", afirmou o analista.

Até no discurso da vitória, ainda de madrugada, Cristina deixou claro que pretende reatar os laços com os portenhos -e seus votos. Ela disse: "Vencemos amplamente. Quero convocar a todos, sem rancores, sem ódios. Nós merecemos um país melhor."

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