Os franceses parecem prontos para coroar Francois Hollande como o primeiro presidente socialista do país em quase duas décadas, marcando uma guinada para a esquerda no coração da Europa e ressaltando a oposição à austeridade guiada pela Alemanha.
O presidente conservador Nicolas Sarkozy, alvo do descontentamento pelo crescimento do desemprego durante o mandato de cinco anos, deve ser o 11o líder da zona do euro a deixar o poder por causa da crise econômica, tendo em vista que as últimas pesquisas de opinião mostram Hollande com quatro a oito pontos de liderança.
Uma vitória por ampla margem neste domingo daria ao candidato socialista mais autoridade para cumprir a promessa de amenizar as impopulares medidas de austeridade vindas da Alemanha e se focar em medidas voltadas para o crescimento.
Em um dia decisivo para a zona do euro, os grandes partidos políticos da Grécia foram punidos nas eleições parlamentares por causa da cortes de custos impostos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo mostraram as pesquisas de boca de urna. .
Ao votar na cidade de Tulle, na região central da França, onde foi prefeito por sete anos, Hollande cumprimentou os eleitores com apertos de mão e beijos.
Mesmo antes de os primeiros resultados serem liberados, uma multidão se reuniu nas ruas perto da sede do Partido Socialista em Paris para comemorar o que seria a primeira vitória presidencial do partido desde que Francois Mitterrand foi reeleito em 1988. Muitos estavam com bandeiras vermelhas e alguns, com rosas, o símbolo da legenda.
Sarkozy foi recebido por uma multidão quando chegou a uma escola de Paris para votar ao lado da esposa, a ex-modelo Carla Bruni. "Venceremos", gritavam os partidários enquanto o líder conservador cumprimentava a população.
Com 46 milhões de pessoas aptas a votar, as zonas eleitorais abriram às 8h locais (3h de Brasília) e fecharam na maioria dos lugares às 18h (13h). Nas cidades grandes, funcionariam por mais duas horas.
Números do Ministério do Interior mostraram que 72 por cento dos eleitores aptos tinham votado até as 17h locais (12h de Brasília) apesar do tempo ruim em boa parte do país, superando a participação de 70,6 por cento até a mesma hora no primeiro turno, em 22 de abril.
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