Jornalistas do Capital Gazette trabalham na edição desta sexta enquanto aguardam novidades sobre seus colegas| Foto: IVAN COURONNE/AFP

Mesmo diante da maior tragédia da sua história, um ataque de um atirador que resultou na morte de, pelo menos, cinco pessoas e deixou outras gravemente feridas, o centenário jornal Capital Gazette, de Annapolis (EUA), vai circular nesta sexta-feira. Os jornalistas se mostraram desafiantes e determinados a continuar acompanhando a sua comunidade, informou o site da revista Time. 

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“Posso lhes dizer: vamos publicar um ‘maldito’ jornal amanhã (sexta)”, disse o repórter Chase Cook em sua conta no Twitter.

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O repórter fotográfico Joshua McKerrow também usou a rede social para confirmar a informação. “Vai haver um Capital - como é conhecido o jornal - nesta sexta.”

Os jornalistas sobreviventes, apoiados por colegas do Baltimore Sun - que comprou o jornal em 2014 -, trabalharam contra o prazo de fechamento mais esmagador de suas carreiras. A tragédia na redação também  não impediu que o site do jornal desse informações sobre o ataque. Foi atualizado por jornalistas que estavam fora da redação. 

Os jornalistas receberam apoio de lideranças locais. “É o nosso jornal. Ele fala sobre os times dos nossos filhos, sobre o gato que foi resgatado na árvore, sobre gangues locais. E faz um bom jornalismo", declarou Gavin Buckley, prefeito da cidade. 

Suspeito processou o jornal

Segundo o Baltimore Sun, o suspeito de ser o atirador é Jarrod Ramos, de 38 anos, que tinha movido uma ação contra o jornal. Em 2012, ele entrou com uma ação de difamação contra o jornal, por causa de uma reportagem que acompanhava um processo de assédio contra ele.

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Os relatos das autoridades da cidade apontam ainda que o atirador foi encontrado escondido embaixo de uma mesa e já sem a arma. Elas disseram que tiveram de pular sobre corpos estendidos no chão para chegar até ele, que se rendeu assim que viu os oficiais. 

Leia mais: Ataque a jornal americano deixa pelo menos cinco mortes

A ação aconteceu por volta das 14h40 de Maryland (15h40 em Brasília). Uma hora depois, funcionários começaram a sair do edifício, acompanhados por policiais. Havia cerca de 170 pessoas no prédio na hora do ataque. 

Na noite desta quinta-feira (28), ouvia-se apenas o som de helicópteros sobrevoando o prédio, isolado pela polícia. Dezenas de jornalistas aguardavam do lado de fora, em silêncio. "Esse é o novo normal na América. É assustador", disse Buckley.