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O agravamento da crise financeira colocou as propostas econômicas dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos em posição de destaque na reta final da campanha. O democrata Barack Obama e o republicano John McCain esboçaram projetos com os quais tentam convencer o eleitor de que poderão garantir empregos ao mesmo tempo em que recuperam a economia. Mas a execução dos planos, que supõem grandes gastos adicionais, vai esbarrar no gigantesco déficit do Orçamento, que poderá atingir US$ 1 trilhão no primeiro ano do governo do próximo presidente.

Especialistas destacam que as promessas de cortes de impostos de Obama e McCain piorariam as contas do governo, já sobrecarregadas.

Relatório do grupo não partidário Comitê para um Orçamentário Federal Responsável estima que os cortes de impostos prometidos por McCain adicionariam entre US$ 414 bilhões e US$ 482 bilhões ao déficit governamental. Os projetos de Obama, nas contas do grupo, representariam um aumento de cerca de US$ 360 bilhões no rombo orçamentário, que no ano fiscal de 2008, encerrado em 30 de setembro, atingiu o recorde de US$ 455 bilhões.

Obama propõe, por exemplo, um corte de impostos para trabalhadores da classe média, que seria em parte compensado pelo aumento de impostos para famílias que ganham mais de US$ 250 mil e indivíduos que recebem mais de US$ 200 mil por ano.

Ele também promete estender a maior parte dos cortes de impostos adotados por George W. Bush em 2001 e 2003 e eliminar impostos para idosos que ganham menos de US$ 50 mil ao ano. Os itens mais dispendiosos do plano de Obama são um crédito fiscal de US$ 1.000 por família que ganha menos de US$ 150 mil e um plano de US$ 60 bilhões a US$ 70 bilhões para universalizar o seguro saúde. McCain, de seu lado, quer tornar permanentes os cortes de impostos de 2001 e 2003 e elevar gradualmente o abatimento por dependente dos atuais US$ 3.500 para US$ 7.000 em sete anos.

McCain e Obama alegam que as propostas para reduzir os impostos, juntamente com outras medidas nas áreas de energia, gastos em infra-estrutura, saúde e comércio, vão gerar empregos. McCain quer reduzir a alíquota dos impostos para as empresas para 25% e propôs reduzir pela metade a alíquota sobre ganhos de capital por um período de dois anos. Obama propôs um crédito fiscal de US$ 3.000 para cada emprego criado em 2009 e 2010 e propõe isenção dos ganhos de capital para as novas pequenas empresas.

A proposta de McCain para reduzir o imposto sobre os ganhos de capital de 15% para 7,5% por dois anos é classificada por sua campanha como um incentivo para investir. Mas não geraria muitos empregos, avalia Alex Brill, pesquisador do American Enterprise Institute. Esta mudança temporária não muda fundamentalmente o custo de capital no longo prazo e, portanto, não leva as empresas a contratarem mais, opina Brill.

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