Após ter adotado tom neutro sobre a independência da Escócia, a rainha Elizabeth 2ª disse neste domingo (14) que os escoceses devem pensar cuidadosamente antes do plebiscito marcado para esta semana.
"Espero que as pessoas pensem cuidadosamente sobre o futuro", disse a rainha na saída de uma missa dominical que assistiu em uma igreja de Crathie, próxima ao castelo de Balmoral, sua residência em Aberdeenshire, segundo o jornal The Times.A fala é vista como uma mudança no tom da monarca em relação ao assunto. Elizabeth tem sido bastante cautelosa, evitando fazer comentários públicos sobre o tema.
Na última terça-feira (9), o Palácio de Buckingham havia divulgado comunicado em que dizia que a rainha não iria entrar em campo para impedir a independência da Escócia.
A nota afirmava que o referendo do dia 18 de setembro era um "assunto do povo da Escócia". "A monarca está acima da política, e aqueles que estão em cargos políticos têm o dever de garantir que isso continue assim", dizia o texto.
Independentemente do resultado do plebiscito, Elizabeth 2ª deve continuar sendo a rainha da Escócia, uma vez que a maioria dos escoceses quer que ela permaneça com o título, assim como já ocorre com 16 ex-colônias britânicas.
Após esforços do primeiro-ministro britânico David Cameron e o líder da oposição, o trabalhista Ed Miliband, o apoio dos escoceses à independência recuou, mostrou uma pesquisa feita pela Survation divulgada no sábado (13), aumentando a diferença a favor da campanha pró-união a poucos dias da votação sobre a separação da Escócia do restante do Reino Unido.
De acordo com a pesquisa, feita a pedido da campanha pró-união "Better Together" (melhores juntos), o apoio para a manutenção da Escócia no Reino Unido é de 54%, enquanto 46% dos entrevistados disseram que planejam votar pela independência em 18 de setembro, desconsiderando o posicionamento dos indecisos.
A pesquisa Survation anterior, divulgada na última quarta (10), havia mostrado um percentual de 53% pró-união e 47% a favor dos separatistas. Segundo a pesquisa de sábado, 9% dos escoceses continuam indecisos.
Levantamentos vinham mostrando uma sólida liderança da campanha do "não", contrária à separação, mas uma onda recente de apoio ao "sim" fez com que alguns investidores vendessem libras e ações de companhias escocesas por temores sobre as consequências econômicas da separação.
A pesquisa Survation mostrou que 40% dos entrevistados acreditavam em um futuro financeiro pior para eles e suas famílias com uma Escócia independente, enquanto apenas 27% disseram acreditar que estariam numa situação financeira melhor nessa situação.
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