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As delegações do governo da Colômbia e da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) para os diálogos de paz fecharam nesta segunda-feira (12) o primeiro ciclo de negociações em Caracas com o anúncio de que 20 pessoas que estavam sob o poder do grupo armado foram libertadas nos últimos meses.
“As partes informam que desde 7 de agosto até esta data, em uma clara manifestação de seu compromisso com a paz na Colômbia, o ELN libertou 20 pessoas, entre civis e membros da força pública”, disse o comunicado conjunto.
Ao ser questionado em entrevista coletiva, o chefe da delegação do ELN, Israel Ramírez, de codinome Pablo Beltrán, não deu detalhes sobre a identidade dos libertados, embora na semana passada tenha sido informado que dois menores sequestrados em novembro, perto da fronteira com a Venezuela, foram liberados.
A declaração conjunta lida nesta segunda-feira, no hotel de Caracas onde as reuniões são realizadas desde 21 de novembro, inclui o reconhecimento da “grave situação de violência que se apresenta nos territórios colombianos” de Valle del Cauca e Chocó.
Por essa razão, reiteraram o compromisso de implementar um “acordo parcial de atendimento de emergências” nessas áreas “que começará em janeiro de 2023”.
Da mesma forma, “reconhecem a grave situação humanitária nas prisões e concordaram em prestar atendimento humanitário de emergência a um grupo de presos políticos do ELN”, acrescenta a declaração, sem especificar a quais guerrilheiros se referem.
As negociações foram retomadas após quatro anos e meio, com o incentivo do governo de Gustavo Petro, e buscam contar com o apoio dos Estados Unidos, que até agora não responderam ao convite, bem como o acompanhamento de Alemanha, Suécia, Suíça e Espanha.
Além de ter Venezuela, Cuba e Noruega como países garantidores, as partes concordaram em acrescentar Brasil, Chile e México para cumprir esse mesmo papel.