Um refugiado chinês está vivendo num aeroporto de Taiwan desde a última sexta-feira (22) e pede para que países do Ocidente lhe concedam asilo político, diante da perseguição da ditadura de Pequim.
Ao chegar ao Aeroporto Internacional de Taoyuan, perto da capital taiwanesa, Taipei, Chen Siming postou um vídeo no X explicando a situação.
“Para evitar a opressão política do Partido Comunista Chinês, vim agora para Taiwan”, afirmou. “Espero receber asilo político dos Estados Unidos ou do Canadá. Peço aos amigos que apelem ao governo de Taiwan para que não me mandem de volta para a China.”
Em entrevista à CNN, Chen detalhou o seu caso. Ele é conhecido por realizar desde 2017 nas ruas e nas redes sociais manifestações anuais lembrando o massacre da Praça da Paz Celestial, ocorrido na China em 1989.
O ativista afirmou que já foi preso por esses atos e que era alvo de assédio constante das autoridades chinesas, que lhe telefonavam diariamente e iam até sua casa caso ele não atendesse; em outras ocasiões, a polícia exigia que ele se apresentasse ao posto policial local.
Cansado da intimidação, Chen fugiu da China em julho, chegando primeiro à fronteira com o Laos, e no início de agosto, entrou na Tailândia. Apesar de ter se registrado como refugiado no Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, ele temia uma deportação para a China, já que a Tailândia não reconhece o conceito de asilo e o país tem boas relações com Pequim.
Por isso, Chen decidiu ir agora para Taiwan – sua viagem teve escala na cidade chinesa de Guangzhou.
“Dado o atual clima político na China, não há espaço para eu operar lá”, disse Chen à CNN. “Espero que o governo dos Estados Unidos apoie o povo chinês e ajude a pôr fim ao regime autoritário do Partido Comunista Chinês, para que a China tenha democracia.”