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Regime chavista

Em ano eleitoral, Maduro promete baixar impostos das igrejas, perseguidas na Venezuela

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, durante o evento com alguns evangélicos nesta quarta (6) (Foto: EFE/Prensa Miraflores)

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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na quarta-feira (6) um plano para reduzir os impostos das organizações religiosas do país, especialmente as igrejas cristãs evangélicas, que têm sido alvo de perseguição e violência por parte do regime chavista, segundo organizações independentes.

Maduro fez o anúncio durante um encontro com líderes de igrejas evangélicas no estado de Carabobo, onde também falou sobre a criação de um programa chamado “Minha Igreja Bem Equipada”, com o qual seu regime promete que irá fornecer mobília para os templos.

“Vamos consertar a igreja, condicioná-la, equipá-la totalmente com o que ela precisa, trabalhar pela oração”, disse Maduro, sem apontar detalhes sobre o percentual em que se reduzirão as cargas tributárias sobre estas organizações.

O ditador venezuelano também indicou que reduzirá o valor das taxas pagas para a criação de uma igreja no país e que promoverá um acordo com prefeitos e governadores para permitir a redução da cobrança de impostos.

“As igrejas estão para ajudar o povo e nós para ajudar as igrejas”, afirmou o líder chavista, que busca se perpetuar no poder nas eleições presidenciais marcadas para o dia 28 de julho, que não contarão com a participação das principais figuras da oposição, como Henrique Capriles e María Corina Machado, ambos inabilitados pelo regime de Caracas.

Maduro encabeçou este ato um dia depois do seu Conselho Nacional Eleitoral (CNE), anunciar a data do pleito, que conta com a desconfiança da comunidade internacional, que teme que o chavismo não garanta total transparência e imparcialidade no processo.

Segundo informações do portal independente Efecto Cocuyo, a aliança entre Maduro e alguns setores do movimento evangélico venezuelano não é nova e tem se intensificado nos últimos meses. O filho do ditador, Nicolás Maduro Guerra, tem até comparecido em atos religiosos e políticos realizados por líderes evangélicos e seguidores.

O Movimento Cristão Evangélico por Venezuela (Mocev) é atualmente o mais próximo do regime chavista. Ele é presidido por um pastor, que também é deputado pelo partido de Maduro, o PSUV, identificado como Moisés García e se qualifica como um “movimento sociopolítico” que apoia as políticas do regime chavista.

O Mocev divulga em suas redes sociais informações relacionadas com a entrega de materiais doados pela ditadura chavista para outras igrejas evangélicas, programas de atenção médica, entrega de alimentos em prisões, e presença em marchas convocadas pelo PSUV.

O pastor García tem diversas fotos com Maduro em seu Instagram, uma delas, inclusive, é a sua foto de perfil.

Além do novo programa para equipar as igrejas, o regime também criou, em 2023, o “Bônus do Bom Pastor”, uma ajuda financeira dirigida a líderes de comunidades cristãs que estejam registrados na plataforma governamental conhecida como “Sistema Pátria”, ou seja, que estejam alinhados com as políticas de Maduro, conforme informou o Efecto Cocuyo.

A tentativa de aproximação de Maduro com as igrejas evangélicas contrasta com a situação de perseguição e violência que os cristãos na Venezuela enfrentam, segundo denuncia a ONG Portas Abertas, que monitora a liberdade religiosa no mundo.

De acordo com a ONG, as autoridades venezuelanas não permitem oposição ou críticas ao regime, o que significa que diversos líderes de igrejas, grupos cristãos e outras organizações cristãs correm o risco de serem alvos de ações da ditadura contra eles se denunciam irregularidades ou ilegalidades (incluindo corrupção e violações de direitos humanos) durante as atividades religiosas. Muitos líderes também são privados de apoiar figuras da oposição.

A Venezuela ocupa o 53º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, elaborada pela Portas Abertas, que classifica os países onde os cristãos enfrentam mais hostilidade por causa de sua fé. (Com Agência EFE)

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