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Em apoio à Bolívia, Chávez expulsa embaixador americano na Venezuela

Dedo na ferida: a Venezuela de Chávez desperdiça petróleo. | Miraflores Palace / Reuters
Dedo na ferida: a Venezuela de Chávez desperdiça petróleo. (Foto: Miraflores Palace / Reuters)

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, decidiu se envolver no conflito diplomático entre Estados Unidos e Bolívia e expulsou o embaixador norte-americano de seu país. Chávez deu até 72 horas para que o diplomata deixa a Venezuela, e disse que a medida havia sido tomada em apoio à Bolívia.

Os Estados Unidos declararam nesta quinta-feira (11) o embaixador da Bolívia nos EUA, Gustavo Guzmán, "persona non grata", ordenando sua expulsão, informou o Departamento de Estado.

Evo acusou Goldberg de ter ajudado a alimentar os conflitos que se acirraram nos últimos dias, provocando ao menos oito mortes no norte do país e causando interrupções parciais no fornecimento de gás natural para Brasil e Argentina.

"Em resposta à ação dezarrazoada e em concordância com a Convenção de Viena, nós informamos oficialmente o governo da Bolívia de nossa decisão de declarar o embaixador Gustavo Gusmán persona non grata", disse o porta-voz Sean McCormack.

O governo boliviano disse nesta quinta que Goldberg tem entre 48 e 72 horas a partir desta quinta para deixar a Bolívia. A chancelaria boliviana disse que a decisão já foi comunicada a Washington.

"De acordo com nossos procedimentos diplomáticos, em estes casos são entre 48 e 72 horas", disse o ministro boliviano de Relações Exteriores, David Choquehuanca.

A comunicação de que o diplomata é "persona non grata" na Bolívia foi entregue simultaneamente em La Paz e em Washington, segundo ele.

Morales havia anunciado um dia antes a expulsão de Goldberg.

A ordem do governo boliviano é um "grave erro" que "prejudicou seriamente a relação bilateral" entre EUA e Bolívia, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA nesta quinta. Ele disse que as acusações de Evo de que Goldberg promoveria o separatismo na Bolívia são "sem base".

A ordem do presidente da Bolívia, Evo Morales, para expulsar o embaixador não implica "necessariamente" a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países, disse mais cedo nesta quinta o ministro boliviano da Presidência, Juan Ramón Quintana.

Segundo Quintana, Morales disse em várias oportunidades que a Bolívia não romperá relações com os EUA, ainda que o governo tenha a faculdade, o poder e o direito de exercer medidas para "preservar a soberania" do país.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse em evento em La Paz que "a paciência tem limite", ao se referir aos atos provocados pela oposição.

O pano de fundo da crise é a luta dos departamentos oposicionistas pela autonomia e a oposição deles a uma nova Constituição, de cunho estatizante e indigenista, proposta pelo governo Morales.

Na quarta-feira, uma explosão atribuída pelo governo à ação "terrorista" de grupos oposicionistas danificou um gasoduto em Tarija e obrigou a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) a reduzir em 10% o fornecimento do gás natural ao Brasil.

A interrupção deve durar cerca de 15 dias, prazo previsto para o conserto das tubulações. O governo também anunciou o envio de tropas para reforçar a segurança nas instalações de energia da região.

Nesta quinta, a empresa Transierra, que tem participação da Petrobras, informou que novos problemas reduziram a menos da metade o envio de gás ao Brasil, mas o problema já foi parcialmente resolvido.

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