Dedo na ferida: a Venezuela de Chávez desperdiça petróleo.| Foto: Miraflores Palace / Reuters

Ministro descarta adotar plano de contingência de gás

Em face à normalização de quase a totalidade de fornecimento de gás ao Brasil, após o fechamento de válvulas em território boliviano, o governo brasileiro entende que não há necessidade de adoção de um plano de contingência para o fornecimento de gás no país, informou nesta quinta-feira (11) o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. "Não é necessário adotar um plano de contingência", disse.

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Lula telefona para Morales e expressa apoio ao governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou nesta quinta-feira (11), pouco antes do almoço, para o presidente da Bolívia, Evo Morales, para se inteirar da real situação da crise naquele país. De acordo com informações obtidas no Palácio do Planalto, Lula expressou apoio ao governo de Morales, eleito democraticamente

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Sobe para oito o número de mortos em confrontos na Bolívia

Pelo menos oito pessoas morreram e 34 ficaram feridas em confrontos entre governistas e partidários de grupos de oposição no departamento boliviano de Pando, próximo à fronteira com o Brasil, informou o governo boliviano nesta quinta-feira (11).

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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, decidiu se envolver no conflito diplomático entre Estados Unidos e Bolívia e expulsou o embaixador norte-americano de seu país. Chávez deu até 72 horas para que o diplomata deixa a Venezuela, e disse que a medida havia sido tomada em apoio à Bolívia.

Os Estados Unidos declararam nesta quinta-feira (11) o embaixador da Bolívia nos EUA, Gustavo Guzmán, "persona non grata", ordenando sua expulsão, informou o Departamento de Estado.

A medida é uma reação ao fato de o governo de Evo Morales também ter declarado "persona non grata" o embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Philip Goldberg, acusando-o de "fomentar o separatismo" nas províncias oposicionistas.

Evo acusou Goldberg de ter ajudado a alimentar os conflitos que se acirraram nos últimos dias, provocando ao menos oito mortes no norte do país e causando interrupções parciais no fornecimento de gás natural para Brasil e Argentina.

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"Em resposta à ação dezarrazoada e em concordância com a Convenção de Viena, nós informamos oficialmente o governo da Bolívia de nossa decisão de declarar o embaixador Gustavo Gusmán persona non grata", disse o porta-voz Sean McCormack.

O governo boliviano disse nesta quinta que Goldberg tem entre 48 e 72 horas a partir desta quinta para deixar a Bolívia. A chancelaria boliviana disse que a decisão já foi comunicada a Washington.

"De acordo com nossos procedimentos diplomáticos, em estes casos são entre 48 e 72 horas", disse o ministro boliviano de Relações Exteriores, David Choquehuanca.

A comunicação de que o diplomata é "persona non grata" na Bolívia foi entregue simultaneamente em La Paz e em Washington, segundo ele.

Morales havia anunciado um dia antes a expulsão de Goldberg.

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A ordem do governo boliviano é um "grave erro" que "prejudicou seriamente a relação bilateral" entre EUA e Bolívia, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA nesta quinta. Ele disse que as acusações de Evo de que Goldberg promoveria o separatismo na Bolívia são "sem base".

A ordem do presidente da Bolívia, Evo Morales, para expulsar o embaixador não implica "necessariamente" a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países, disse mais cedo nesta quinta o ministro boliviano da Presidência, Juan Ramón Quintana.

Segundo Quintana, Morales disse em várias oportunidades que a Bolívia não romperá relações com os EUA, ainda que o governo tenha a faculdade, o poder e o direito de exercer medidas para "preservar a soberania" do país.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse em evento em La Paz que "a paciência tem limite", ao se referir aos atos provocados pela oposição.

O pano de fundo da crise é a luta dos departamentos oposicionistas pela autonomia e a oposição deles a uma nova Constituição, de cunho estatizante e indigenista, proposta pelo governo Morales.

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Na quarta-feira, uma explosão atribuída pelo governo à ação "terrorista" de grupos oposicionistas danificou um gasoduto em Tarija e obrigou a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) a reduzir em 10% o fornecimento do gás natural ao Brasil.

A interrupção deve durar cerca de 15 dias, prazo previsto para o conserto das tubulações. O governo também anunciou o envio de tropas para reforçar a segurança nas instalações de energia da região.

Nesta quinta, a empresa Transierra, que tem participação da Petrobras, informou que novos problemas reduziram a menos da metade o envio de gás ao Brasil, mas o problema já foi parcialmente resolvido.