O grupo radical Estado Islâmico (EI), que controla partes da Síria e do Iraque, divulgou ontem gravações de áudio atribuídas ao líder da facção, Abu Bakr al-Baghdadi, dado como gravemente ferido no mês passado. Na gravação, al-Baghdadi diz que o Islã é a “religião da guerra” e convoca os muçulmanos a pegarem em armas em todas as partes do mundo.
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Grupo radical ficou conhecido por destruir o patrimônio histórico do Oriente Médio. Nesta quinta-feira, jihadistas enfrentam forças sírias perto da cidade histórica de Palmira.
Leia a matéria completa“Não há desculpa para qualquer muçulmano não migrar para o Estado Islâmico”, diz a mensagem. “Juntar-se (à sua luta) é um dever de todos os muçulmanos. Estamos convidando você a se juntar ou pegar em armas onde quer que esteja”. A declaração foi divulgada pelo veículo de comunicação do grupo chamado Al-Furqan e publicada em vários sites.
Segundo a mensagem de Baghdadi, o profeta Maomé foi ordenado a fazer a guerra “até que somente Alá seja adorado”. “A guerra que estamos travando não é só a guerra do Estado Islâmico. É a guerra de todos os muçulmanos”, afirma. Ele diz que a jihad (guerra santa) “é a guerra das pessoas de fé contra os infiéis” e “é obrigatória para todo muçulmano que preste contas a Alá”.
Por isso, diz também que “não há desculpa para qualquer muçulmano que seja capaz de unir-se ao EI ou de portar uma arma”, já que a luta “é uma obrigação”. Ele rejeita qualquer conciliação com outras religiões como “os judeus, cristãos ou outros infiéis” e diz que os muçulmanos vão expulsar, matar, prender e deixar sem teto “os cruzados”, em alusão ao Ocidente.
Mais um fiel
O grupo jihadista Al Mourabitoun, ativo em países como Mali, Níger e Líbia, declarou ontem lealdade ao Estado Islâmico. Em gravação, o grupo revela o nome de seu emir, Adnan abul Walid El Saharaui, de nacionalidade desconhecida.
Al-Baghdadi condenou ainda os ataques comandados pela Arábia Saudita no Iêmen. Uma coalizão liderada pelos sauditas vem atacando o grupo xiita dos houthis, que tem apoio do Irã e domina grande parte do país após uma guerra civil.
Foi a primeira mensagem do líder do EI em seis meses. No mês passado, o diário britânico “Guardian” afirmou que al-Baghdadi teria ficado paraplégico após ser ferido em um bombardeio da coalizão liderada pelos Estados Unidos. O Pentágono não confirmou a informação. Agências internacionais de notícias chegaram a afirmar que ele teria morrido durante o ataque.
A gravação tem cerca de 35 minutos de duração e foi divulgada com traduções em inglês, russo, turco, francês e alemão.
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