O futuro primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, fez uma visita-relâmpago a Bagdá nesta segunda-feira e deu garantias aos líderes iraquianos da continuidade do apoio da Grã-Bretanha ao país. Brown assume o comando do governo britânico este mês. O futuro premier ressaltou a admissão feita por Tony Blair dos erros cometidos na guerra, e disse que quer "aprender as lições."
A principal crítica é a falha no planejamento do pós-guerra, que deixou um vácuo na segurança, permitindo que a insurgência árabe sunita se arraigasse, o que fez a violência com motivos sectários explodir. A insurgência começou a atacar a já destruída infra-estrutura do Iraque. No mais recente desses ataques, um suicida explodiu uma ponte importante sobre o rio Diyala, ao norte de Bagdá, nesta segunda-feira.
- Embora Tony Blair tenha agido com boa intenção, foram cometidos erros. Acho que é importante aprendermos a lição para que possamos nos concentrar em trabalhar pelo futuro - afirmou Brown.
Foi a primeira viagem de Brown ao Iraque desde que seu nome foi confirmado para suceder Blair, cuja popularidade doméstica foi minada pelo apoio à guerra capitaneada pelos Estados Unidos. Brown sempre aceitou a responsabilidade pela decisão do governo de invadir o Iraque.
- Estou aqui para ouvir e aprender ... para ver o que está acontecendo com a Al Qaeda ... em relação ao Irã e aos conflitos sectários, para fazer uma avaliação sobre o que está acontecendo, para que eu fique mais bem informado - disse Brown, atual ministro das Finanças, aos repórteres que viajavam com ele.
O ministro acrescentou que a visita que faz ao Iraque é de "avaliação" e servirá como "primeiro como contato com a realidade iraquiana". Na opinião de Brown, a questão mais importante no Iraque é "ajudar o povo iraquiano, já que não se trata simplesmente de manter sua segurança, mas de construir sua democracia, dá-lo prosperidade e progresso".
- O povo iraquiano é capaz de alcançar isso - acrescentou.
A visita durou cerca de seis horas, e Brown descartou qualquer retirada imediata dos soldados britânicos. Ele se recusou a embarcar na especulação da imprensa de que pode acelerar a retirada das tropas para aplacar a revolta pública. A força britânica no Iraque está sendo reduzida de 7 mil para 5.500 soldados. Brown já disse que vai reduzir o contingente conforme for possível, mas seus assessores dizem que é improvável que ele faça mudanças radicais na política em relação ao Iraque.
O futuro premier, acompanhado do ministro da Defesa britânico, Des Browne, reuniu-se com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, com o presidente Jalal Talabani, com autoridades militares britânicas e dos EUA e com o embaixador americano. Maliki disse em uma nota depois da reunião com Brown que espera que o Parlamento aprove logo as leis exigidas pelos Estados Unidos para promover a reconciliação do Iraque, como a legislação sobre a divisão da receita do petróleo, sobre as eleições provinciais e sobre a reforma constitucional.
- Temos muito interesse em conhecer os mecanismos de cooperação e a política que o próximo primeiro-ministro seguirá em relação ao Iraque. Encontramos muita compreensão em Brown, mais do que esperávamos - acrescentou Maliki.
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