O Irã enviou uma carta aos principais diplomatas do mundo nesta terça-feira na qual defende seu programa nuclear frente em meio ao aprofundamento do impasse com o Ocidente, informou a agência estatal Irna nesta terça-feira.

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"Eu gostaria de enfatizar que o programa nuclear do Irã é completamente pacífico", escreveu o ministro das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, na carta, publicada pela Irna em farsi, idioma persa. "Este programa não é uma ameaça contra nenhum país."

A agência relatou que a carta foi enviada para "os ministros do Exterior do mundo", mas não especificou se foi destinada para os Estados Unidos e aos inimigos ocidentais do Irã, que temem que o país islâmico queira usar o programa para fins bélicos.

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Teerã afirma que almeja apenas a geração de eletricidade para que possa exportar mais petróleo e gás. O país é o quarto maior produtor de petróleo do mundo.

Mottaki afirmou que o Irã havia mostrado boa vontade "até mesmo além de seus compromissos legais" para remover ambiguidades sobre atividades atômicas, trabalhando junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), braço da Organização das Nações Unidas.

"Todas as atividades nucleares do Irã... são baseadas nas orientações da agência e do TNP (Tratado de Não-Proliferação nuclear), sob a total e contínua supervisão da agência", disse a carta de quatro páginas.

A AIEA informou em um relatório na semana passada que o Irã havia feito importantes progressos de transparência sobre programas nucleares passados, como parte de um acordo assinado em agosto entre ambas as partes. O braço da ONU localizado em Viena anunciou, por outro lado, que pontos importantes permanecem não-solucionados e que o Irã expandiu significativamente o enriquecimento de urânio, um processo para fazer combustível destinado a usinas geradoras de energia, mas que também pode fornecer material para bombas nucleares.

Segundo o Irã, o relatório mostrou que o país não mentiu sobre seus esforços atômicos. Mas autoridades americanas disseram que Teerã ainda está desafiando a comunidade internacional e que Washington continuará, junto a aliados, a pressionar por mais sanções da ONU contra o Irã.

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