A Procuradoria de Paris informou nesta quinta-feira (7) que o homem morto ao tentar atacar uma delegacia da cidade levava consigo um papel dizendo que o ataque seria feito em nome da milícia radical Estado Islâmico.
O agressor chegou a ferir um agente na porta da delegacia antes de ser morto. A ação acontece no mesmo dia em que se completa um ano do atentado à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em que 12 pessoas morreram.
Aos gritos de “Allahu akbar”, homem ataca policiais e é morto em Paris
Leia a matéria completaEm nota, os promotores afirmam que o papel foi descoberto pela polícia ao lado do corpo do homem, junto com um telefone celular. A folha trazia a bandeira do Estado Islâmico e um texto manuscrito em árabe com a reivindicação pelo ataque.
Carta
Não se sabe, no entanto, se o homem agiu em coordenação com a milícia, sozinho ou se a carta pode ser uma ação diversionista para atrapalhar a investigação. A polícia ainda não conseguiu identificar o homem morto.
Segundo o Ministério do Interior, o homem entrou no prédio por volta das 11h30 locais (8h30 em Brasília) e tentou esfaquear com uma faca de açougueiro um dos agentes, que ficou levemente ferido.
O homem dizia levar um cinto de explosivos, mas que o governo disse ser falso. Durante o ataque, ele gritou “Allahu Akbar”, frase comumente dita por radicais islâmicos antes de executarem seus atentados.
A área da delegacia foi cercada pelas forças de segurança. A polícia também pediu aos vizinhos que não saíssem de casa. As crianças de um jardim de infância vizinho à delegacia foram colocadas em confinamento.
Chacina jihadista na redação da Charlie Hebdo completa um ano
Leia a matéria completaCerimônia
Minutos antes, o presidente francês François Hollande havia dito que a “ameaça terrorista” ainda pesa sobre o país, em discurso a policiais responsáveis por proteger o país de novos atentados.
Como resposta ao terrorismo, Hollande anunciou a abertura de um concurso com 5.000 vagas para a polícia e a adoção de novas leis para prevenir novos ataques contra as cidades francesas.
Há um ano, os extremistas islâmicos Said e Chérif Kouachi invadiram a redação do jornal satírico Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas, incluindo chargistas e outros funcionários.
A ação foi reivindicada pela Al Qaeda na Península Arábica, filial da rede terrorista no Iêmen. Os dois irmãos, franceses e descendentes de argelinos, fizeram treinamento no país anos antes de cometerem o ataque.
Nos dias seguintes, outras cinco pessoas foram mortas em ataques relacionados em outros pontos da capital francesa. O mais grave foi o cerco contra um mercado kosher, que terminou com quatro mortos.
Desde então, as autoridades francesas decretaram alerta máximo contra o terrorismo. Isso, no entanto, não impediu que Paris fosse alvo de novos atentados em 13 de novembro, que deixaram 130 mortos.
Os terroristas atacaram restaurantes e bares do 11º distrito, a casa de shows Bataclan e tentaram entrar no Stade de France, onde acontecia um amistoso entre as seleções da França e da Alemanha.
Os atentados foram reivindicados pela milícia radical Estado Islâmico. Após a segunda série de ataques, o governo fez um novo reforço na segurança e estabeleceu três meses de estado de emergência.
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