O Irã entregou nesta segunda-feira (6) uma carta a Javier Solana, chefe da área de política externa da União Européia (UE), ressaltando, segundo meios de comunicação iranianos, que as pressões internacionais sobre o país islâmico não resolveriam a disputa em torno de seu programa nuclear.
A carta foi entregue a Solana, representante das seis potências mundiais envolvidas nas negociações com o Irã sobre a questão, pelo embaixador iraniano na UE, disse Christina Gallach, porta-voz da autoridade européia.
As reportagens divulgadas no Irã disseram que a carta assinada pelo principal negociador iraniano na questão, Saeed Jalili, era endereçada aos ministros das Relações Exteriores das seis potências: EUA, Alemanha, França, Grã-Bretanha, China e Rússia.
"No processo de negociação, as pressões não conseguirão resolver a questão", afirmou Jalili, segundo a agência de notícias Isna, sem fornecer maiores detalhes sobre o conteúdo do texto.
Gallach disse desconhecer o conteúdo da carta. "Mas a carta está agora nas mãos do senhor Solana", afirmou.
A Press TV, do Irã, disse em uma de suas manchetes do dia: "Irã rejeita pressões sobre seu programa nuclear."
Potências ocidentais temem que a República Islâmica, quarto maior produtor de petróleo do mundo, busque desenvolver a tecnologia nuclear para construir bombas atômicas.
O Irã diz que pretende apenas gerar eletricidade com o programa e descartou repetidas vezes os apelos para que suspenda o enriquecimento de urânio, um processo que pode ser usado para fins civis e militares. Essa postura do país fez com que fosse alvo de três pacotes de sanção aprovados pela Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de 2006.
"A carta de duas páginas reflete a opinião do Irã sobre como as seis potências devem conduzir a questão nuclear", afirmou Ahmad Khademolmelleh, porta-voz do Supremo Conselho Nacional de Segurança do Irã.
Em declarações dadas à Reuters, Khademolmelleh disse que a carta seria entregue também à Embaixada da Suíça em Teerã. A Suíça representa os interesses norte-americanos no país islâmico desde que os EUA romperam suas relações diplomáticas com o Irã, depois da Revolução Islâmica de 1979.
Jalili, segundo a Press TV, disse que a postura do Irã era construtiva. "O Irã diz ter cooperado totalmente com a AIEA e o G5+1", afirmou o canal de TV, referindo-se à Agência Internacional de Energia Atômica e às seis potências.
Jalili e Solana conversaram pela última vez sobre o programa nuclear iraniano em agosto, por telefone.
Em setembro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma nova resolução exigindo do Irã a paralisação do enriquecimento de urânio. Mas essa resolução não impôs novas sanções conforme desejavam os EUA e seus aliados.
O Irã considerou que a última resolução "não é construtiva" e novamente deixou claro, na segunda-feira, que não se curvaria às pressões internacionais.
"Para nós, não há motivo para mudarmos de estratégia, que é a de não suspender o enriquecimento de urânio", afirmou em uma entrevista coletiva Hassan Qashqavi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã.
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