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Aplicativo de delivery iFood.
Aplicativo de delivery iFood.| Foto: BigStock

Depois de sete anos de atividades, o iFood anunciou que deixará a Colômbia no próximo mês. Com o primeiro presidente de esquerda no poder desde agosto, o país vive uma série de manifestações contra as medidas do governo. E, em meio a um contexto econômico e social inédito, a plataforma brasileira decidiu deixar a terra do concorrente Rappi.

“Trata-se de uma decisão estratégica que tem como pano de fundo o momento atual do mercado de capitais”, informou a empresa.

A plataforma pertence à Movile, uma multinacional brasileira de aplicativos e serviços. Em 2018, chegou a atuar em mais de 100 cidades colombianas, e, em 2020, fez fusão com uma empresa local para atuar com mais força no país, aumentando a base de restaurantes em 44%.

“O iFood seguirá investindo no Brasil, onde nasceu e é líder, a fim de crescer e oferecer os melhores serviços e oportunidades para seus consumidores e parceiros, dando continuidade a sua jornada de sucesso e excelência”, declarou a empresa.

O jornal local Semana analisa a retirada de importantes marcas do país e destaca a surpresa sobre a saída da plataforma de entrega em um momento de crescimento da cultura de delivery e a pouco menos de um ano da empresa se tornar rentável em território colombiano.

De acordo com dados do Euromonitor, a Colômbia é um dos países da América Latina onde esse tipo de serviço de entrega de comida é mais utilizado. No artigo, o periódico reconhece, no entanto, que o contexto social e político é desfavorável até para empresas desse setor.

"(O iFood) se junta à lista de empresas que anunciaram sua retirada da Colômbia este ano, juntando-se a nomes como Dr. Martens, que no início do mês anunciou sua saída após mais de dez anos de atuação. A crise econômica e as recentes variações do dólar, assim como a reforma tributária, são por enquanto alguns dos fatores que os empresários estão analisando para analisar suas projeções", observa.

O país enfrenta os efeitos da inflação global e de uma desvalorização histórica da moeda local em relação ao dólar. O desemprego atingiu 10,6% da população economicamente ativa.

A piora da situação econômica da Colômbia é apontada também como motivadora de revoltas populares, que iniciaram pouco menos de um mês após a posse do ex-guerrilheiro como presidente.

O principal tema denunciado nas manifestações tem sido uma proposta de reforma tributária, que, segundo Petro, tem os objetivos de aumentar a arrecadação do governo para compensar um suposto rombo nas finanças herdado do antecessor Iván Duque e gerar “justiça social”, ao taxar mais os colombianos de alta renda.

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