Tão logo foi informado da ocorrência do terremoto no Haiti nesta terça-feira (12), o ministro das Relações Exteriores, chanceler Celso Amorim, entrou em contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para informá-lo da situação dos brasileiros que vivem no país.
Segundo a assessoria do Itamaraty, Amorim relatou a dificuldade do governo em conseguir informações da área atingida pelo terremoto. Lula se mostrou preocupado com a condição dos brasileiros naquele país, mas não passou orientações a Amorim.
Ainda de acordo como Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro acompanha com apreensão a situação e ainda tenta estabelecer contato com a embaixada brasileira para conseguir informações mais completas do ocorrido.
No Ministério da Defesa, a informação repassada por assessores do ministro Nelson Jobim é de que o terremoto fez estragos na região ocupada por brasileiros, mas não é possível ainda informar a dimensão dos danos nem se há brasileiros atingidos.
Terremoto
Um forte tremor de pelo menos 7 graus de magnitude atingiu nesta terça-feira (12) o Haiti, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
Não houve relatos oficiais imediatos de feridos, mas a força do terremoto pode causar grande destruição. O correspondente da agência Reuters disse, entretanto, que vários prédios em Porto Príncipe desabaram e que há vítimas.
"Tudo começou a tremer e as pessoas começaram a gritar, casas e prédios caíram... está tudo um caos", disse Joseph Guyler Delva. "Vi pessoas soterradas e pessoas mortas", completou.
Segundo relatos de um correspondente da agência Associated Press, um hospital desabou em Petionville e as pessoas ficaram desesperadas nas ruas.
Um repórter de uma rede de TV local disse que vários prédios caíram por conta do tremor, incluindo alguns do governo. Por telefone, ele descreveu a situação como desesperadora. "Tudo está destruído", disse. Segundo a France Presse, um dos prédios destruídos é o palácio presidencial.
O embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Joseph, disse que o tremor é uma "catástrofe de enormes proporções". Segundo Dale Grant, analista da USGS, este foi o terremoto mais forte já registrado na região. Antes, disse, o mais forte havia sido um tremor de 6,7 graus em 1984.
No Brasil, os ministérios da Defesa e da Relações Exteriores informaram que até por volta das 21h (horário de Brasília) não haviam conseguido contato com os brasileiros no Haiti. O G1 está tentando contato por telefone com fontes no no Haiti. Segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos, o terremoto danificou toda a rede de telefonia do Haiti.
O norte-americano Luke Renner, fundador da ONG Hands Across Haiti, está em Cap Haitien, cerca de 57 quilômetros ao norte da capital Porto Príncipe, e falou por telefone ao G1. Ele disse que sentiu o terremoto mas que na cidade não houve estragos. Ele afirmou que não está conseguindo contato com amigos na capital por telefone, mas que teve notícias de alguns deles pela internet dizendo que os estragos são "extensos" em Porto Príncipe.
O tremor teve seu epicentro a apenas 15 quilômetros da capital Porto Príncipe, seu foco foi a apenas 10 quilômetros de profundidade. Após uma primeira medição de 7 graus, uma medição chegou a apontar magnitude 7,3, mas o registro foi corrigido em seguida para 7.
Dois fortes tremores secundários, um de 5,9 graus e outro de 5,5, foram registrado alguns quilômetros a sudoeste do forte terremoto, poucos minutos depois do primeiro sismo.