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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu nesta quinta-feira (4) o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de que o futuro apoio americano ao país dependerá das ações “concretas” que ele tomar para minimizar os danos aos civis na Faixa de Gaza e garantir a segurança dos trabalhadores humanitários.
Os dois líderes conversaram por telefone nesta quinta-feira pela primeira vez de forma direta desde o ataque no último dia 1º que matou sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen (WCK), ONG fundada pelo chef espanhol José Andrés.
De acordo com um comunicado da Casa Branca, Biden usou a conversa para pedir a Netanyahu que anuncie e implemente “uma série de medidas específicas, concretas e mensuráveis para lidar com os danos aos civis, o sofrimento humanitário e a segurança dos trabalhadores humanitários”.
Ele advertiu que a futura política de seu governo em relação a Gaza “dependerá” das ações que Israel tomar para atender essas solicitações e chamou de “inaceitáveis” os ataques a trabalhadores humanitários e a situação humanitária na Faixa.
Biden também enfatizou a Netanyahu que “um cessar-fogo imediato é essencial para estabilizar e melhorar a situação humanitária e proteger civis inocentes” e pediu que ele capacite seus negociadores para concluir um acordo sem demora para trazer os reféns de volta para casa.
As palavras de Biden representam um endurecimento de tom, embora ele já tenha criticado a estratégia militar de Israel em Gaza nos últimos meses. Na prática, porém, seu governo não mudou seu apoio a Israel desde o início do conflito.
De fato, nesta quinta-feira, o jornal The Washington Post informou que na última segunda-feira - o mesmo dia do ataque ao WCK - os EUA aprovaram um novo pacote de armas para Israel que inclui 2 mil bombas de pequeno e médio diâmetros.
O comunicado da Casa Branca não fez menção à entrega de armas e disse apenas que os dois governantes também discutiram as ameaças do Irã a Israel. Nesse sentido, Biden deixou claro que os Estados Unidos apoiam firmemente Israel diante desse cenário. O gabinete de Netanyahu ainda não divulgou um comunicado sobre a conversa.