O contexto de mudanças em Cuba é favorável para que o Brasil se torne o principal parceiro do país na América Latina, superando a Venezuela. "Esse momento é uma oportunidade para o Brasil. Estamos ampliando o setor não estatal, as micro e pequenas empresas, e os brasileiros podem nos assessorar nisso", declarou o vice-chefe da Embaixada de Cuba no Brasil, Alexis Bandrich Vega, que visitou Curitiba ontem para participar da Convenção de Solidariedade a Cuba, promovida pela Associação Cultural José Martí Paraná.
Em junho, será o 25.º aniversário de restabelecimento das relações diplomáticas entre Brasil e Cuba e Vega classifica a relação entre os dois países como "cordial, afetuosa e de colaboração mútua". Ele destaca a cooperação do Brasil ao exportar alimentos e conceder a Cuba um crédito de US$ 800 milhões na construção do complexo portuário de Puerto Mariel, que faz parte dos investimentos do país no setor industrial. O turismo é outro setor em que os cubanos pretendem contar com mais participação dos brasileiros e, para isso, esperam que sejam implantados voos diretos entre os dois países.
Quanto ao papel de Cuba no Brasil, o diplomata citou a transferência de tecnologia, especialmente na área da medicina. Atualmente, 707 estudantes brasileiros estudam em universidades cubanas, 666 deles cursam medicina. Também há parceria do governo cubano com o Ministério da Pesca do Brasil e o Movimento Sem Terra para o programa de alfabetização "Sí. Yo puedo", que já atendeu 3.248 brasileiros.
Cuba vem passando por modificações políticas que despertam questionamentos sobre o futuro do atual regime do país. Na conferência do Partido Socialista de Cuba (PCC), em abril, Fidel Castro deixou o cargo de primeiro secretário do partido e foram aprovadas 311 medidas econômicas propostas pelo presidente Raúl Castro. "Cuba não está deixando o caminho socialista. Estamos aperfeiçoando nosso socialismo, com uma visão cubana", explicou o vice-chefe da embaixada cubana.
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