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O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, durante a 1a reunião dos Brics em 2019, no Memorial de Curitiba. Foto: Alexandre Mazzo / Gazeta do Povo
O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, durante a 1a reunião dos Brics em 2019, no Memorial de Curitiba. Foto: Alexandre Mazzo / Gazeta do Povo| Foto:

Representantes dos países dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estão em Curitiba para a primeira reunião de grupo em 2019, entre 13 e 15 de março. Neste ano, o Brasil é o presidente de turno dos Brics e deve coordenar as cerca de 100 reuniões do grupo de economias emergentes.

A cerimônia de abertura das atividades da presidência do Brasil nos Brics foi realizada na noite desta quarta-feira (13), no Memorial de Curitiba, com a presença dos embaixadores de Índia, China e África do Sul; do ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo; do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e do vice-governador do Paraná, Darci Piana.

Araújo reafirmou que o Brasil vai pedir o apoio de Rússia e China no reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Ele disse que quer chamar a atenção, principalmente desses dois países, para a "situação gravíssima do colapso que os venezuelanos estão vivendo e para a nossa certeza de que a única maneira da Venezuela recuperar o caminho da normalidade é através do governo interino do presidente Guaidó", disse ele à imprensa.

O chanceler falou que já conversou com o vice-ministro russo dos Brics, que esteve em Brasília nesta segunda-feira, e que pretende aproveitar a ocasião da reunião dos Brics para tratar da crise da Venezuela, embora esse não seja o tema principal do encontro.

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Para Araújo, a parceria com os Estados Unidos ficou "subaproveitada" nos últimos anos e pode ser melhor aproveitada em áreas como defesa e segurança.

Em discurso na aula magna para alunos do Instituto Rio Branco na segunda-feira, Ernesto Araújo havia dito que o Brasil não vai vender a alma para exportar soja e minério de ferro. "Falei de qualquer parceiro, que a nossa política comercial tem que vir junto com uma política de reforço dos nossos valores", disse, ressaltando que essa política está no plano de governo que levou o presidente Bolsonaro a uma vitória eleitoral.

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"Trabalhar tanto com o crescimento econômico, com as parcerias externas, quanto com a vertente dos valores mais profundos da nacionalidade. A ideia é que o comércio e a identidade não são incompatíveis".

A Camerata Antiqua de Curitiba se apresenta na abertura da reunião dos Brics em Curitiba. Evento teve apresentações artísticas representando os cinco países do grupo. Foto: Alexandre Mazzo / Gazeta do Povo
A Camerata Antiqua de Curitiba se apresenta na abertura da reunião dos Brics em Curitiba. Evento teve apresentações artísticas representando os cinco países do grupo. Foto: Alexandre Mazzo / Gazeta do Povo

Parceiros

Somados, os quatro outros integrantes do Brics foram destino, em 2018, de 30,7% das exportações brasileiras, segundo o Ministério das Relações Exteriores. O valor dos bens comprados por esses quatro membros do grupo atingiu US$ 73,8 bilhões (contra US$ 56,4 bi em 2017). Vieram desses países 23,8% das importações nacionais, correspondentes a US$ 43,1 bilhões. O saldo comercial do Brasil com o Brics foi, no ano passado, positivo em US$ 30,7 bilhões (era de US$ 23 bilhões em 2017), equivalente a 52% do superávit comercial brasileiro no ano.

Como presidente de turno dos Brics, o Brasil também tem a responsabilidade de definir as prioridades para o grupo e elegeu para esse ano a inovação como um dos focos.

No encontro de Curitiba, em nível de “sherpas” (vice-ministros encarregados de Brics nas respectivas chancelarias), serão discutidas as prioridades para o ano e será revisado o andamento das iniciativas de cooperação em curso.

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