Criticado no ano passado após seu primeiro depoimento à comissão de inquérito que investiga a participação do Reino Unido na guerra no Iraque, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair usou sua segunda sabatina para dizer que "lamenta profundamente a perda de vidas" durante o conflito. Ele disse ter sido mal interpretado quando, em depoimento em janeiro de 2010, se negou a lamentar pelas decisões que levaram à guerra. O público que acompanhava suas declarações respondeu gritando "too late" (tarde demais).
- Eu gostaria de deixar claro, é óbvio, que eu lamento profundamente a perda de vidas, das nossas forças armadas ou de outras nações, de civis que ajudaram pessoas no Iraque, ou dos próprios iraquianos e só queria dizer isso porque é certo e porque é o que eu sinto - afirmou.
Diante da reação, chefe da comissão, Sir John Chilcot, teve que pedir ao público que ficasse quieto. Entre as pessoas que acompanhavam a sessão estavam parentes de mortos na guerra. No mesmo depoimento, Blair confirmou que, oito meses antes da guerra, garantiu ao então presidente americano, George W. Bush, que ele "podia contar" com os britânicos.
- Aceitei totalmente que estaria ao lado dos EUA na gestão daquilo - disse Blair, descrevendo as conversas que teve com Bush no verão de 2002 (no Hemisfério Norte). - O que eu disse ao presidente Bush foi claro: pode contar conosco, estaremos com você.
Em comunicado enviado à comissão antes de seu depoimento, o ex-premier afirmou no entanto que não estava passando um "cheque em branco" para o ex-presidente. No mesmo comunicado, Blair afirmou que ignorou um alerta sobre a ilegalidade do ataque ao Iraque porque achou que a advertência seria "provisória".
Ele disse acreditar que o ex-procurador-geral Lord Goldsmith iria mudar de posição sobre a necessidade de uma resolução da ONU antes de iniciar a guerra.
Blair está sendo questionado pela segunda vez sobre seu papel na guerra iniciada em 2003 porque depoimentos de outras autoridades revelaram contradições nas evidências apresentadas por ele. Em seu primeiro depoimento, o ex-premier defendeu a decisão de atacar o Iraque.
Nesta sexta-feira, ele foi recebido por cerca de cem manifestantes no centro de conferências onde depõe. Eles gritavam "Blair terrorista" e mostravam cartazes chamando o ex-premier de criminoso de guerra.
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