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Conflito no leste europeu

Em desvantagem na guerra, Ucrânia se prepara para o inimaginável: tropas russas em Kiev

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou recentemente fortificações em construção, trincheiras e postos de comando e observação na região de Sumi, na fronteira com a Rússia (Foto: Reprodução/EFE/Presidência da Ucrânia)

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A região de Kiev está construindo novas fortificações e trincheiras antitanque para proteger seus residentes e a capital, cujo prefeito, Vitali Klitschko, ​​disse neste domingo (31) que foi e continua sendo alvo dos ataques da Rússia.

"Instalamos linhas defensivas: dentes de dragão, fossos antitanque e outras barreiras não explosivas. Quase 10 mil pirâmides de concreto já foram instaladas e uma vala antitanque foi construída", detalhou o chefe da Administração Militar da região de Kiev, Ruslan Kravchenko, em suas redes sociais.

Kravchenko afirmou que se trata de construir linhas defensivas e estabelecer um sistema eficaz de barreiras, visando a segurança de seus habitantes.

Por sua vez, o prefeito da capital afirmou em entrevista ao jornal alemão Bild que Kiev continua sendo "um objetivo" do ditador russo, Vladimir Putin, embora tenha garantido que a cidade “está melhor preparada do que há dois anos”, quando as tropas do Kremlin tentaram em vão tomar o território ucraniano.

“Se Putin tomar esta decisão (de avançar novamente em direção a Kiev), será uma decisão sangrenta”, advertiu, insistindo na necessidade de mais sistemas de defesa antiaérea.

Imagens da inspeção feita por Zelensky em novas fortificações e trincheiras na região nordeste de Sumi, na fronteira com a Rússia

Kiev é a cidade mais bem protegida do país em relação a mísseis antiaéreos e sistema Patriot, projetado pelos Estados Unidos. No entanto, desde que o Congresso americano obstruiu a ajuda internacional e a ofensiva de Putin cresceu, a Ucrânia tem encontrado diversos obstáculos à frente para seguir com a defesa de seu território.

Nas últimas semanas, a União Europeia (UE) enviou uma primeira parcela do pacote de cinco bilhões pelos próximos quatro anos a Kiev, tentando suprir as necessidades "emergenciais" do Exército ucraniano. “O financiamento está fluindo para cobrir as necessidades urgentes da Ucrânia e o país construiu uma base sólida para o apoio da União Europeia até ao final de 2027”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um comunicado ao lado do primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, na ocasião.

No último dia 28, o chefe da Administração Militar da Cidade de Kiev, Sergei Popko, anunciou que a segurança da capital será reforçada após os últimos ataques com mísseis balísticos e diante das ameaças da Rússia de aumentar o número de bombardeios contra alvos civis.

Aos ataques somaram-se as detenções de agentes do Serviço Federal de Segurança russo (FSB, ex-KGB) que preparavam ataques com mísseis contra a torre de televisão em Kiev e unidades do Estado-Maior General das Forças Armadas, bem como contra infraestruturas energéticas na capital ucraniana.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) também deteve em Kiev um cúmplice da inteligência militar russa (GUR) que tentou infiltrar-se na sede do Comando de Paraquedistas ucraniano como um capelão.

As fortificações na região de Kiev fazem parte da ordem dada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no final do ano passado, quando a Rússia recuperou a iniciativa na frente de batalha depois de a ofensiva ucraniana de verão ter terminado sem os resultados esperados.

No dia 11, Zelensky anunciou que a Ucrânia avança na construção de novas fortificações em três linhas diferentes ao longo dos 2.000 quilômetros da linha de contato, que inclui zonas fronteiriças com a Federação Russa. O presidente ucraniano visitou nesta semana as novas fortificações que estão sendo construídas na região nordeste de Sumi.

Recentemente, a região de Sumi foi intensamente bombardeada pela Rússia<br />

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, havia anunciado em janeiro uma alocação de quase US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para a construção de fortificações. Na época, a imprensa e especialistas ucranianos consideraram tardia a decisão das autoridades de reforçar as fortificações, uma vez que a Rússia vem fortalecendo suas linhas defensivas há mais de um ano.

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