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Disputa francesa

Em desvantagem nas pesquisas, Sarkozy confirma candidatura

O líder da corrida presidencial francesa, Francois Hollande, em Rouen. A esquerda fica mais perto de voltar ao poder na França | Patrick Kovarik/AFP
O líder da corrida presidencial francesa, Francois Hollande, em Rouen. A esquerda fica mais perto de voltar ao poder na França (Foto: Patrick Kovarik/AFP)
Sarkozy começa campanha em baixa nas pesquisas eleitorais |

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Sarkozy começa campanha em baixa nas pesquisas eleitorais

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou oficialmente ontem que vai concorrer à reeleição, cujo primeiro turno ocorrerá em 22 de abril. "Não concorrer seria equivalente a abandonar o posto. Você consegue imaginar o capitão de um navio no meio de uma tempestade dizendo ‘estou cansado, vou desistir’?", indagou.

Sarkozy fez o anúncio no mesmo dia em que mais uma pesquisa de intenção de voto mostrou que seu principal rival, o candidato do Partido Socialista (PS) François Hollande, lidera a preferência do eleitorado e ainda am­­pliou a margem em mais dois pontos porcentuais em um eventual segundo turno, que poderá ocorrer em 6 de maio.

Sarkozy afirmou que, se reeleito, seu próximo mandato não será parecido com o atual e assumiu o compromisso de consultar a população com mais frequência por meio de referendos. Ele também prometeu tornar a Fran­­ça um país mais bem-sucedido no cenário mundial. "Os franceses precisam entender que, se a França for forte, eles estarão protegidos. Tenho coisas a dizer para o povo francês. Te­­nho propostas a fazer", acrescentou.

A pesquisa publicada ontem, feita pela Harris Interactive, mostrou que se houver segundo turno entre Hollande e Sarkozy, o candidato socialista venceria com 57% dos votos, enquanto Sarkozy teria 43% dos sufrágios.

A pesquisa foi feita entre 9 e 13 de fevereiro e representa um ganho de dois pontos porcentuais para Hollan­­de, em comparação a uma sondagem anterior feita pelo mesmo instituto em janeiro.

Volta da esquerda

A eleição presidencial francesa terá forte peso na União Europeia (UE), não apenas porque a França tem a segunda maior economia da zona do euro, como também porque o país é governado pela União por um Movimento Popu­­lar (UMP), de centro-direita, desde 1995.

Uma eventual vitória de Hol­­lande significaria a volta dos so­­cialistas e da centro-esquerda ao poder, no momento em que quase todas as potências europeias, como Alemanha, Grã-Bre­­tanha, Itália e Espanha, são governadas pela direita ou pelo centro (caso da Itália).

A centro-direita voltou ao po­­der na França em 1995 com a eleição de Jacques Chirac. Em 2002, Chirac fundou a UMP e foi reeleito presidente. Sarkozy foi eleito para o cargo em 2007, quan­­do derrotou Ségolène Royal, candidata do PS.

Campanha ilegal

Os socialistas franceses acusaram nesta semana Sarkozy de estar usando recursos dos contribuintes para pagar viagens oficiais que seriam nada mais do que visitas de campanha.

Na França, uma vez declarados candidatos à Presidência, os políticos precisam se submeter a limites estritos sobre o quanto podem falar na televisão e no rá­­dio. Os partidos políticos devem pagar por todos os seus gastos de campanha.

Favorito promete elevar impostos a ricos, bancos e grandes empresas

O candidato socialista à Presi­­dência da França, François Hol­­lande, líder das pesquisas de intenção de votos, tem como me­­ta de governo aumentar os impostos para bancos, grandes empresas e os ricos. A medida seria usada por seu governo para eliminar o déficit público do país até 2017.

Ao lançar a candidatura em janeiro passado, Hollande ressaltou que busca os mesmos objetivos do presidente dos Estados Uni­­dos, Ba­­rack Obama, que defende uma reforma tributária para que a secretária de um bilionário não pague, porcentualmente, mais imposto que o pa­­trão.

"A vasta maioria do povo francês não será convocada a fazer sacrifícios adicionais", disse Hollande, de 57 anos, ao apresentar seu programa de ação com 60 itens. "Se há sacrifícios a fazer, e haverá, então caberá aos ricos."

Segundo um assessor econômico socialista, Jérôme Cahuzac, serão afetados pelo aumento de impostos dos ricos 1 milhão dos 36 milhões de lares franceses.

O candidato socialista também prometeu aumentar os fundos para a educação e para a criação de empregos, e atenuar a re­­forma previdenciária introduzida pelo presidente Nicolas Sar­­kozy, que aumentou a idade mínima de aposentadoria para 62 anos.

Hollande disse que permitirá que o cidadão se aposente antes dessa idade desde que tenha trabalhado 41 anos e seis meses. Para compensar esse gasto está previsto um aumento de 0,1% nos im­­postos trabalhistas para empresas e empregados.

O plano de Hollande de buscar fundos taxando os ricos atua em várias frentes, entre as quais se inclui a criação de uma nova alíquota de 45% do imposto de renda – atualmente a maior é de 41% - para que ganha mais de 150 mil euros anuais (R$ 338,96 mil).

Prevê ainda a eliminação de uma série de isenções fiscais e brechas tributárias que, segundo o candidato, beneficiam só os 5% mais ricos da população.

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