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Curitiba – Seis paranaenses que assistiram ao conflito no Líbano chegaram ontem a Curitiba: Gassan Sabra Bhay, sua mulher, Nabiha, os três filhos, Gihad, de 11 anos, Iadia, 9, Ali, 5, e o menino Faissal Fauez El-Assal, de 14 anos, amigo da família. Eles tinham viajado ao Líbano no dia 27 de junho e resolveram voltar ao Brasil quando a região onde estavam, no Vale do Bekaa, norte do país, tornou-se alvo dos ataques israelenses.

Embora estivessem próximo da Síria – cerca de 15 km – a viagem até o país vizinho foi cercada de perigo. "Em dez minutos de viagem, vimos seis bombas caindo. Alguns trechos da estrada foram bombardeados e a pista estava só pela metade", conta Bhay. Na Síria, ficaram hospedados na casa de uma tia de Bhay, na cidade de Atana, próximo à fronteira.

Em Damasco, o grupo teve que brigar com a companhia aérea Air France para fazer valer as passagens de Beirute a Paris. Da capital francesa, seguiram a São Paulo e, depois, a Curitiba, onde chegaram por volta das 17h15 de ontem.

"No começo do conflito eu estava tranqüilo. Depois, as bombas começaram a chegar mais perto, e a gente resolveu vir embora. Quando atacaram a nossa cidade, foi a gota de água", afirma o menino Faissal, que estava hospedado no Líbano na casa dos avós. Para ele, os dias no meio do conflito vão render histórias "até para meus bisnetos".

"Na viagem, vi uma casa inteira destruída. E quando a bomba caía, dava pra ver o famoso cogumelo da morte. Quando já estava na Síria, ouvia uma porta bater ou um barulho e já pensava que era uma bomba. Mas lá estavamos seguros", lembra Faissal.

Apesar da alegria e do alívio da chegada dos parentes, a brasileira Fátima Bhay está apreensiva com o desenrolar do conflito no Oriente Médio. Suas duas irmãs, Suham e Sabah Hajar, moram no vale do Bekaa e ainda não conseguiram deixar o Líbano, porque estão com os passaportes vencidos.

"A Embaixada do Brasil pediu para que elas fossem até a Síria renovar o passaporte. Mas o próximo ônibus com brasileiros deve partir de Beirute na sexta-feira e não sabemos se elas vão conseguir chegar a tempo", diz preocupada. Ela mantém contato várias vezes ao dia. "Minhas irmãs querem sair de lá, principalmente a Suham, que chegou ao Líbano há menos tempo e está sofrendo mais com os bombardeios", conta Fátima.

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