Teerã - Milhares de iranianos aproveitaram o Dia de Jerusalém – oportunidade destinada a hostilizar Israel e defender a criação de um Estado palestino – para sair às ruas e protestar contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad.

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Os manifestantes de oposição marchavam em Teerã com camisetas verdes e aos gritos de "morte ao ditador’’. Eles terminaram en­­trando em confronto com as forças de segurança, atirando pedras e tijolos, enquanto os policiais disparavam bombas de gás lacrimogêneo. Esse foi um dos maiores protestos da oposição desde meados de julho e aconteceu paralelamente à comemoração organizada pelo governo no mesmo dia do ano-novo judaico, desde 1979. A data é uma grande ocasião política para Teerã reforçar sua posição anti-Israel.

A oposição aproveitou o mo­­mento para mostrar que continua atuante e com capacidade de mo­­bilização pouco mais de três meses após a polêmica eleição que reconduziu Ahmadinejad ao poder.

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Lideranças importantes dos reformistas participaram da marcha, em desafio direto às ordens do líder supremo, aiatolá Ali Kha­­menei, que tinha proibido manifestações contra o governo no Dia de Jerusalém.

Em um dos protestos, simpatizantes do regime conseguiram interceptar um grupo de manifestantes e atacaram o ex-presidente Mohammad Khatami (1997-2005). A hostilidade foi rapidamente repelida pelos manifestantes. Khatami não ficou ferido, mas sua túnica foi rasgada, segundo testemunhas.

Em outro ponto da cidade, os partidários do governo tentaram atacar o líder opositor Mousavi, que se juntara a um outro grupo de manifestantes. Segundo testemunhas, ele conseguiu entrar em seu carro e escapou, enquanto manifestantes continham os agressores.

Holocausto

Durante as comemorações oficiais, o presidente iraniano, Mah­­moud Ahmadinejad voltou a ne­­gar o Holocausto. Em discurso a fiéis, na Universidade de Teerã, ele questionou se o Holo­­causto "foi um evento real’’ e afirmou que Is­­rael foi criado sob a base de "mentiras e argumentos míticos’’.

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