O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dirá aos norte-americanos hoje que a ação internacional na Líbia evitou uma "catástrofe" humanitária, em um discurso televisionado. O presidente enfrenta pedidos para que estabeleça um cronograma para as operações militares no país africano.
Obama explicará o motivo de enviar forças aéreas dos EUA para garantir o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea na Líbia, para proteger os civis dos ataques das forças de Muamar Kadafi. O discurso deve começar às 20h30 (de Brasília). Ele deve rebater as críticas segundo as quais não teve liderança no início da crise, ou de que não tivesse consultado suficientemente os congressistas sobre a ação.
"O presidente irá atualizar o povo americano sobre nossos esforços na Líbia, incluindo a missão que nossos homens e mulheres de uniforme estão bravamente executando", disse um funcionário dos EUA, pedindo anonimato. Obama também tratará da entrega do comando da missão para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), deixando os EUA, ao menos publicamente, com um papel de apoio, enquanto seus aliados patrulham os céus do país.
"Ele irá discutir como nossos esforços na Líbia defendem nossos interesses e evitaram uma catástrofe", disse o funcionário. Segundo ele, Obama também deve falar sobre a necessidade da política norte-americana "avançar".
Obama tem sido criticado em Washington por não fazer um anúncio formal sobre o motivo de os EUA se envolverem na Líbia, apesar de tratar do tema em suas últimas entrevistas. Funcionários locais tomam o cuidado em não chamar a operação na Líbia de "guerra", pois uma das bandeiras de Obama é retirar as tropas norte-americanas do Iraque e do Afeganistão. Como o confronto na Líbia não é qualificado como uma guerra, o presidente também não precisa da autorização do Congresso para se envolver.
Parte da pressão sobre o governo dos EUA deve diminuir, com os rápidos avanços dos rebeldes na Líbia. Mas Obama precisa responder ao temor de que a ação internacional possa resultar em uma guerra civil sem resultado certo.
Falando na Universidade Nacional de Defesa, em Washington, Obama também buscará explicar sua estratégia para o público de fora do país, incluindo as populações do Oriente Médio, em um momento de distúrbios em várias nações árabes. Obama deve enviar mensagens sutis para o mundo árabe e a Europa. Os EUA e seus aliados esperam que o regime de Kadafi caia, abrindo espaço para um modelo mais democrático na Líbia.
Uma pesquisa Gallup feita no último dia 22 mostra que 47% dos norte-americanos aprovam a ação dos EUA na Líbia. O apoio é menor do que o mostrado na maioria das campanhas militares do país nas últimas quatro décadas, segundo o instituto.
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