Uma onda migratória recorde foi observada nos dois últimos anos de Cuba para os Estados Unidos, segundo dados do governo americano.
A Alfândega e Proteção de Fronteiras do país divulgou um relatório no final de semana, no qual revela que em 2023 foram registradas mais de 153 mil entradas irregulares a partir da ilha, além das 67 mil pessoas que entraram formalmente no território americano por meio do programa Parole, implementado há um ano pela administração de Joe Biden.
Em dois anos, o número total de imigrantes cubanos que acessaram os Estados Unidos ultrapassa 530 mil, o equivalente a 4,8% dos 11,1 milhões de habitantes da ilha.
O mais recente êxodo de Cuba é considerada a maior fuga da população em décadas, sendo comparado apenas à Revolução Cubana de 1959, liderada por Fidel Castro, quando 300 mil pessoas deixaram o país por razões políticas.
A saída em massa da ilha continua a ter motivações ligadas ao governo, que afundou seus cidadãos numa inflação galopante - atualmente próxima dos 30% - e uma inflação informal ainda maior. Além disso, o país enfrenta apagões frequentes, uma dolarização parcial da economia, falta de alimentos e remédios, educação precária e, mais recentemente, a ditadura de Miguel Díaz-Canel anunciou um "plano de choque" que entra em vigor neste ano, prometendo elevar ainda mais os preços de serviços básicos na ilha.
Outros países da América Latina e da Europa também são escolhidos como destino para milhares de cubanos, no entanto, não há números precisos nesse sentido. Dados consultados pela agência AFP mostram que, entre 2022 e 2023, 36.574 cubanos pediram refúgio no México, enquanto pelo menos 22 mil entraram no Uruguai e centenas chegaram ao Chile.
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