Marcos da viagem
Em seu segundo dia de visita ao Oriente Médio, o papa Francisco fez uma parada surpresa no muro visto pelos palestinos como um símbolo da opressão israelense, minutos após pedir a ambos os lados que acabem com o conflito, o qual disse não ser mais aceitável. O muro fica em Belém, onde Francisco desembarcou na manhã deste domingo.
Em uma imagem que deve se tornar uma das mais emblemáticas de sua viagem à terra santa, um Francisco com olhar sombrio descansa a cabeça contra a estrutura de concreto que separa Belém de Jerusalém, e reza em silêncio enquanto uma criança segurando a bandeira palestina o observa.
Além disso, o papa Francisco deu um mergulho na política do Oriente Médio, e recebeu a aceitação dos presidentes palestino e israelense de um convite para visitar o Vaticano no próximo mês e discutir os esforços de paz.
O encontro é uma vitória moral importante para o papa. As conversas de paz entre palestinos e israelenses falharam em abril e não há grandes encontros de autoridades há pelo menos um ano.
O papa Francisco e o patriarca ecumênico Bartolomeu assinaram neste domingo (25) um declaração conjunta na Cidade Antiga de Jerusalém na qual pedem a unidade dos cristãos perante os desafios futuros.
O bispo de Roma e o patriarca de Constantinopla repetiram assim a histórica cena de 50 anos atrás protagonizada por seus antecessores, Paulo VI e Atenágoras I, que romperam uma hostilidade que remontava ao século XI.
"Nossa reunião - um novo encontro dos bispos das igrejas de Roma e Constantinopla, fundadas por sua vez por dois irmãos, os apóstolos Pedro e André - é fonte de profunda alegria espiritual para nós", afirmaram.
"Representa uma ocasião providencial para refletir sobre a profundidade e a autenticidade de nossos vínculos, fruto de um caminho cheio de graça pelo qual o Senhor nos levou desde aquele dia bendito há 50 anos", acrescentaram.
A este respeito, ambos destacaram que "nosso encontro fraterno de hoje é um novo e necessário passo no caminho rumo àquela unidade à qual só o Espírito Santo pode conduzir-nos, a da comunhão dentro da legítima diversidade".
"O abraço que se deram o papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras aqui em Jerusalém, após muitos séculos de silêncio, preparou o caminho para um gesto de enorme importância: remover da memória e da mente das igrejas as sentenças de mútua excomunhão de 1054", lembraram.
Um gesto que Francisco e Bartolomeu I admitem que não foi suficiente no longo caminho que ainda fica por percorrer para arrancar as raízes de um conflito que em algumas ocasiões incluiu atos de violência.
"Mesmo sendo plenamente conscientes de não ter alcançado a meta da plena comunhão, confirmamos hoje nosso compromisso de avançar juntos para aquela unidade pela qual Cristo nosso Senhor orou ao pai, para que todos sejam um", ressaltaram.
Uma unidade que também deve ser fundamentada, insistiram, na defesa dos mais desfavorecidos, da dignidade da pessoa humana, em cada estágio de sua vida, e da santidade da família baseada no casamento, na promoção da paz e do bem comum e na resposta perante o sofrimento que segue afligindo nosso mundo".
"Reconhecemos que a fome, a pobreza, o analfabetismo, a injusta distribuição dos recursos são um desafio constante. É nosso dever tentar construir juntos uma sociedade justa e humana na qual ninguém se sinta excluído ou marginado", salientaram.
"Convidamos todos os cristãos a promover um autêntico diálogo com o judaísmo, o islã e outras tradições religiosas. A indiferença e o desconhecimento mútuo conduzem unicamente à desconfiança e, às vezes, infelizmente ao conflito", concluíram.
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