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A vice-presidente dos EUA e candidata do Partido Democrata à Casa Branca, Kamala Harris, participou nesta quarta-feira (16) de uma entrevista com o apresentador Bret Baier, da emissora Fox News, onde abordou questões relacionadas à imigração, economia e a gestão de Joe Biden, do qual faz parte.
Logo no início da entrevista, Harris foi questionada sobre a crise migratória que afeta os EUA. O apresentador Baier mostrou à vice-presidente o depoimento de uma mãe que alega que sua filha foi vítima de imigrantes ilegais que entraram no país devido às políticas de fronteira do governo Biden. No depoimento, a mãe declarou que "as políticas de fronteira da administração Biden-Harris são responsáveis pela morte da minha filha”. Se trata do caso de Jocelyn Nungaray, uma menina de 12 anos morta em junho no Texas. Investigadores acusaram dois imigrantes venezuelanos pelo assassinato dela.
Em resposta, Harris expressou solidariedade à família da vítima: “É uma tragédia, e não posso imaginar a dor que as famílias das vítimas enfrentaram”. Harris também disse que defende novas políticas de imigração e que a resolução deste problema “será uma prioridade” de um eventual governo seu.
A vice-presidente voltou a falar sobre o projeto de lei bipartidário apresentado ao Congresso para reformar o sistema de imigração. Ela culpou Trump por este projeto não ter avançado e disse que se a legislação tivesse sido aprovada “teríamos mais agentes na fronteira e mais apoio para aqueles que trabalham incansavelmente para garantir que nenhum dano futuro ocorra".
Harris também foi confrontada sobre a percepção da população americana de que a fronteira do país atualmente não está segura. Ela reconheceu a crise no atual sistema de imigração, que, segundo a democrata, é um problema que perdura há várias gestões.
"Não tenho orgulho de dizer que não temos temos um sistema de imigração perfeito. Precisamos de mais juízes e de um processamento mais rápido dos casos", enfatizou.
A democrata também respondeu às críticas do sindicato da Patrulha de Fronteira, que recentemente alegou que a gestão Biden falhou em garantir a segurança da fronteira dos EUA. Harris afirmou que a frustração dos agentes com Biden “é compreensível” e que tem em seu plano de governo novas propostas para oferecer suporte e reforço para a membros da patrulha.
Além das questões de imigração, Harris também defendeu na entrevista seu plano econômico e criticou o de Donald Trump, seu adversário. A democrata disse que o plano econômico defendido por Trump "beneficia apenas os bilionários" e deve aumentar a dívida dos EUA, enquanto o dela é focado em "fortalecer a economia" e apoiar pequenos negócios.
"Estou oferecendo um plano [econômico] que foi revisado por 16 laureados do Nobel e por instituições como Goldman Sachs e Moody's", argumentou.
Na entrevista, Harris buscou reforçar sua imagem como representante de uma nova liderança política nos EUA. Embora tenha defendido algumas políticas da gestão Biden, ela procurou se distanciar da ideia de que um eventual governo seu seria apenas uma continuidade da atual administração democrata. A vice-presidente, apesar de integrar o governo Biden, enfatizou que seu mandato irá trazer “inovação e renovação”, e destacou seu slogan de campanha, "Um novo caminho a seguir", para sinalizar essa mudança.
A entrevista também se voltou para a política externa dos EUA, com Harris afirmando que o Irã atualmente é a maior ameaça para os americanos e não a China, como muitos especialistas afirmam. A vice-presidente citou o envolvimento direto do Irã nos ataques contra Israel e também a importância de continuar apoiando aliados americanos na região, como o país liderado por Benjamin Netanyahu.
"Nosso compromisso de defender Israel é inabalável", afirmou a democrata.
Em meio a críticas de que o governo Biden não soube lidar com os iranianos, Harris voltou a falar que foi Trump quem abandonou um acordo que limitava o progresso nuclear do regime islâmico, o que, segundo ela, aumentou a tensão no Oriente Médio.
A entrevista concedida à Fox News faz parte da chamada "blitz midiática" iniciada nas últimas semanas por Kamala Harris, uma estratégia que busca alcançar o voto dos eleitores indecisos. A democrata já participou de diversos programas e até podcasts, onde tenta vender a ideia de que "representa uma nova política".