Osama bin Laden, em nova fita de áudio, ameaçou executar qualquer norte-americano que for feito prisioneiro pela Al Qaeda, caso o suposto mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001, Khalid Sheikh Mohammed, seja executado, informou o canal de televisão Al Jazeera nesta quinta-feira.
Altas autoridades dos EUA podem recomendar que Mohammed, que estava detido na prisão militar norte-americana na baía de Guantánamo, em Cuba, pode ser julgado em tribunal militar, informaram as autoridades em março.
Tal decisão, depois de intensa pressão política, reverteria os planos de realizar julgamentos criminais de Mohammed e outros quatro acusados de conspiração em um tribunal de Manhattan.
"Essa mensagem é sobre nossos prisioneiros que vocês mantém presos", disse Bin Laden na fita, reclamando que o presidente dos EUA, Barack Obama, ainda está seguindo "os passos de seu antecessor" em diversos assuntos inclusive a questão dos detentos da Al Qaeda como Mohammed.
"A Casa Branca expressou seu desejo de executá-lo. Quando a América tomar sua decisão, terá tomado a decisão de executar qualquer um de vocês que estiver prisioneiro conosco", disse Bin laden na gravação.
Não houve comentário imediato de Washington.
PENA DE MORTE
Mohammed já assumiu responsabilidade por organizar os ataques de 11 de setembro de 2001, além de ataques a bomba na Indonésia, Quênia e em outros lugares, e se condenado por assassinato, conspiração, terrorismo e outras acusações, poderá enfrentar pena de morte.
"É justo tratar um ao outro igualmente. A guerra é uma via de duas mãos", disse Bin Laden.
"Políticos da Casa Branca estavam e ainda estão nos oprimindo, particularmente ao oferecer apoio aos israelenses e ao ocupar nossos territórios na Palestina. Eles estavam pensando que a América estava a salvo por trás dos oceanos do ódio dos oprimidos até que a reação foi forte na sua casa no dia 11 (de setembro)."
Quando Obama assumiu o cargo em janeiro de 2009, ele estabeleceu um prazo de um ano para fechar a instalação de Guantánamo, mas complicações políticas e diplomáticos forçaram um atraso.
O governo Obama pretende julgar os mais de 30 suspeitos terroristas detidos em Guantánamo, mas não divulgou onde os julgamentos seriam realizados ou se serão em tribunal criminal ou militar.