O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair chegou nesta sexta-feira para sua segunda participação em um inquérito sobre a guerra no Iraque, iniciada em 2003. Na sua primeira aparição, ele foi solicitado a explicar discrepâncias nessa ação no exterior. Blair deve ser questionado sobre divergências nas provas que ele deu em sua primeira aparição diante dos investigadores, em janeiro de 2010. Há aparentes diferenças entre sua versão e documentos oficiais e o testemunho de outras pessoas.
No ano passado, o ex-premiê disse não ter arrependimentos da invasão, apontando como sucesso o fato de o ditador Saddam Hussein ter sido derrubado. Ele aceitou a "responsabilidade, mas não arrependimento por retirar Saddam" do poder. Blair insistiu que o líder iraquiano era "um monstro", que "havia ameaçado não apenas a região, mas o mundo".
Documentos divulgados antes da retomada dos procedimentos públicos mostram que um alto assessor jurídico criticou Blair por sugerir publicamente que o Reino Unido poderia invadir o Iraque sem o apoio das Nações Unidas, apesar de seu aconselhamento em contrário. Peter Goldsmith, ex-procurador-geral, disse ter ficado "desconfortável" com as declarações de Blair feitas antes da invasão liderada pelos EUA, em março de 2003. Em janeiro de 2003, Goldsmith aconselhou Blair dizendo que uma resolução existente do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) não seria o suficiente para justificar uma invasão.
A investigação, lançada em julho de 2009, busca identificar lições que podem ser aprendidas com o conflito. O Reino Unido é o segundo país que mais envia tropas ao Iraque, atrás apenas dos Estados Unidos. O trabalhista Blair foi primeiro-ministro entre 1997 e 2007. As informações são da Dow Jones.
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