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Eleições nos EUA

Em jantar, candidatos fazem piadas

John McCain, o arcebispo de Nova Iorque, Al Smith, e Barack Obama conversam em jantar benificente, na noite de quinta-feira: ataques viraram piadas | Jim Watson/AFP
John McCain, o arcebispo de Nova Iorque, Al Smith, e Barack Obama conversam em jantar benificente, na noite de quinta-feira: ataques viraram piadas (Foto: Jim Watson/AFP)

Nova Iorque - "Gostaria de dizer que despedi toda a minha equipe de campanha e a substituí por um único homem: Joe, o encanador.’’ A brincadeira foi parte do discurso do candidato republicano à Casa Branca, John McCain, no jantar de gala do Memorial Alfred E. Smith, da Arquidiocese de Nova Iorque, em que ele e Barack Obama trocaram os ataques por piadas.

"Joe já está sendo submetido à terrível máquina de propaganda dos adversários, que não acham que um encanador pode ganhar mais de US$ 250 mil. O que eles não sabem é que Joe fez um acordo com um casal muito rico para trabalhar todas as suas sete casas’’, continuou, em uma das muitas referências que fez a si mesmo. Joe, um encanador que questionou Obama sobre seu plano tributário, virou símbolo da classe média na campanha de McCain.

McCain e Obama dividiram a mesa principal do evento no hotel Waldorf-Astoria, onde riram dos comentários um do outro e ainda trocaram elogios.

Primeiro a discursar, McCain não poupou o rival da ironia. Afinal, disse, se a apresentadora de tevê Oprah Winfrey chama Obama de "The One", ele, sendo amigo e colega do democrata, simplesmente diz "That One" ("aquele lᒒ, algo que McCain soltou no segundo debate). "Ele não liga. Aliás, tem um apelido carinhoso para mim: George Bush.’’

Políticos da platéia, incluindo a senadora e ex-pré-candidata Hillary Clinton e o prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, também foram alfinetados. "Sei que muitos aqui torcem por mim. Estou muito feliz por te ver aqui, Hillary.’’

Bloomberg está tentando conseguir um terceiro mandato. Isso fez (o ex-presidente) Bill Clinton perguntar: "É sério que dá para fazer isso?’’’ Os 15 minutos de Obama foram um pouco menos inspirados, talvez porque ele não tenha o mesmo senso de humor. Mas o democrata teve seus momentos, como quando afirmou que, ao contrário do que muitos pensam, "não nasceu em uma manjedoura’’, alusão a seu "messianismo’’. "Na verdade, eu nasci em Krypton’’, disse, citando o Super-Homem.

Ele disse que "Barack" significa "Aquele Lá" em suaíli (língua falada na África). E que seu nome do meio, Hussein, "foi dado por alguém que obviamente não sabia que eu disputaria a Presidência’’.

"Disseram que, se eu continuar falando sobre economia, McCain vai perder’’, continuou. "Então, nesta noite, eu gostaria de falar sobre economia.’’ McCain, pouco antes, também havia abordado o tema, creditado em grande medida pela subida de Obama nas pesquisas, já que ele é considerado mais hábil no setor. "O senador Obama está pronto para qualquer eventualidade – até uma possível recuperação súbita dos mercados’’, disse o republicano. "Dizem que ao primeiro sinal de recuperação, ele vai suspender sua campanha e viajar imediatamente para Washington para discutir o problema.’’

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