O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, atacou promotores hoje, quando voltou a um tribunal de Milão para se defender de crimes de fraude envolvendo seu império empresarial Mediaset. "Os promotores estão trabalhando contra o país", afirmou Berlusconi a repórteres antes de entrar na corte. Alguns partidários estavam com cartazes com a frase "Resista, Silvio!" e tinham balões do governista Partido do Povo da Liberdade.

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Berlusconi disse que é preciso reformar o sistema judicial da Itália, para evitar que ele se torne "uma arma de luta política". Mais cedo neste ano, o governo prometeu reformas que foram vistas como uma tentativa de tirar poder dos juízes investigativos. O primeiro-ministro também condenou seu julgamento por acusações de fazer sexo com uma prostituta menor de idade e abuso de poder, iniciado na semana passada. Essas acusações são "risíveis, infundadas e loucas", afirmou.

Berlusconi, de 74 anos, é acusado de fazer sexo em várias ocasiões com a então jovem de 17 anos Karima El Mahroug, conhecida como Ruby. Além disso, é acusado de usar sua posição para libertá-la da custódia da polícia, em um incidente posterior para encobrir seu primeiro suposto crime. As acusações podem ser puníveis com até 12 anos de prisão.

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"Nenhum país civilizado usaria grampos em telefones, pois isso pode ser manipulado", disse Berlusconi, referindo-se à investigação conduzida por promotores em Milão sobre sua conduta sexual. O processo já tem 20 mil páginas. Berlusconi não compareceu no início do julgamento envolvendo a marroquina Ruby, na semana passada.

Um magnata da mídia, Berlusconi entrou na política no início dos anos 1990 e já foi indiciado em outros casos, mas ou foi inocentado ou os crimes prescreveram. No mês passado, Berlusconi compareceu a uma audiência de um tribunal pela primeira vez em oito anos, em uma outra investigação de fraude em sua companhia Mediatrade. Juízes não decidiram se esse caso deve resultar em julgamento.

No julgamento envolvendo a Mediaset, Berlusconi e os outros réus são acusados de inflar artificialmente o preço dos direitos de distribuição comprados por suas companhias e de desviar recursos para o exterior para evitar impostos na Itália. O julgamento havia sido suspenso em abril de 2010, após o Parlamento aprovar uma lei temporária de imunidade. A Corte Constitucional derrubou parcialmente a lei em janeiro e o julgamento foi retomado em 28 de fevereiro. Berlusconi também está sendo julgado por supostamente subornar o advogado britânico David Mills.