A sul-coreana Lee Keum-seom, 92 anos, se encontra com seu filho norte-coreano Ri Sung Chol, 71, durante um reencontro de famílias separadas no resort Mount Kumgang,  costa sudeste da Coreia do Norte, em 20 de agosto de 2018| Foto: YONHAP/AFP

Lee Keum-seom, de 92 anos, esperou 68 anos para rever seu filho Sang Chol, hoje com 72 anos. O reencontro foi selado com um abraço apertado e muitas lágrimas nesta segunda-feira (20), em um resort na costa sudeste da Coreia do Norte.

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Segundo a CNN, os dois se separaram durante a Guerra da Coreia e, após o armistício, se viram presos em lados opostos da zona desmilitarizada que agora divide a península – a mãe na Coreia do Sul e o filho na Coreia do Norte.

Na última vez que se viram, Sang Chol tinha apenas quatro anos. Ele ficou na Coreia do Norte com o pai, enquanto a mãe e a irmã mais nova fugiram para o Sul.

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“Eu nunca imaginei que esse dia chegaria. Eu nem sabia se ele estava vivo ou não”, disse Lee à agência de notícias AFP.

Nesta segunda-feira, Lee e outras 88 famílias sul-coreanas cruzaram a fronteira fortificada rumo à Coreia do Norte para se reencontrarem com parentes que não viam desde o início da guerra, há quase sete décadas. Muitos deles eram refugiados de guerra que fugiram para o Sul, deixando parentes para trás. O mais velho é um homem de 101 anos.

Eles passarão três dias juntos e provavelmente não voltarão a se ver.

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Histórico

A reunião de famílias norte e sul-coreanas não ocorria há três anos. O programa de reencontro começou em 1985 e reuniu mais de 17.000 famílias desde então. Mas muitas dezenas de milhares foram impedidas de se encontrar: mais de 130.000 sul-coreanos se registraram como membros de famílias divididas desde o início do programa, mas mais da metade morreu antes de chegar ao país para encontrar seus parentes mais uma vez. Dos 57.000 que ainda estão na lista de espera, mais de 12.000 têm mais de 90 anos.

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Desde quando o programa foi paralisado, em 2015, a Coreia do Norte testou três armas nucleares e muitos mísseis, alguns dos quais poderiam potencialmente atingir os Estados Unidos. Mas este ano houve uma pausa no programa nuclear e de mísseis e uma tentativa liderada pelo presidente americano, Donald Trump, e pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em encontrar um caminho diplomático para sair da crise. 

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Uma segunda rodada de reuniões com mais 83 famílias acontecerá de sexta a domingo. Enquanto os sul-coreanos escolhem os participantes por meio de uma loteria computadorizada, especialistas dizem que os norte-coreanos selecionam candidatos com base em sua lealdade ao regime.