Em seu livro Decision Points (Pontos de Decisão), lançado nesta semana nos Estados Unidos, o ex-presidente George W. Bush demonstrou ser um líder bem menos pró-Israel do que costuma ser classificado - até a mãe dele, Barbara Bush, segundo ele escreve chegou a chamá-lo de "primeiro presidente judeu americano" por sempre adotar um viés favorável aos israelenses.
Além de ter aconselhado o então premiê de Israel, Ehud Olmert, a não bombardear uma instalação síria que, segundo os israelenses, integrava um programa nuclear secreto do regime de Damasco (os sírios negam), Bush também criticou a forma como Israel levou adiante a ofensiva contra a guerrilha Hezbollah no Líbano, em 2006.
Deixando claro que os israelenses estavam corretos em responder ao sequestro de dois de seus soldados, o ex-presidente afirma que "Israel perdeu uma chance de dar um duro golpe no Hezbollah e seus patrocinadores Irã e Síria. Infelizmente, eles (os israelenses) não souberam usar esta oportunidade". "Os bombardeios atingiram alvos de questionável valor militar, incluindo lugares no norte do Líbano, bem distantes da base do Hezbollah (no sul do país)", escreve.
Bush também diz que a "provocativa visita" de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas (Monte do Templo, para os judeus) em Jerusalém contribuiu para a eclosão da Segunda Intifada (levante palestino)".