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Índia

Em luto, Índia vive seu próprio "11 de setembro"

Em funeral, indianos homenageiam Hemant Karkare, chefe da unidade anti-terrorismo da polícia de Mumbai | Reuters
Em funeral, indianos homenageiam Hemant Karkare, chefe da unidade anti-terrorismo da polícia de Mumbai (Foto: Reuters)

O choque deu lugar ao luto e à raiva no sábado, enquanto a Índia lida com o que os jornais locais estão chamando de o seu "11 de Setembro", com manifestantes acusando o Paquistão de estar por trás dos ataques que mataram pelo menos 195 pessoas.

Soldados de elite e equipes de resgate trabalhavam nos escombros após a onda de violência que durou três dias, quando cerca de 50 manifestantes se reuniram nas proximidades do Taj Mahal Palace Hotel ainda em chamas.

"Nossos soldados vieram e o Paquistão fugiu", gritavam, erguendo os punhos ao alto.

A Índia culpou "elementos" do rival nuclear Paquistão pelos ataques, e há evidências de que os militantes islâmicos podem ter planejado a ofensiva no país vizinho.

Para os parentes das vítimas, a realidade dos ataques foi exposta no necrotério do Hospital JJ em Mumbai.

"Há três dias, ouvimos diferentes informações sobre minha irmã. Finalmente, hoje quando a vi, seu rosto havia sido destruído", disse um parente da jornalista Sabina Saikia, que foi morta dentro do hotel Taj Mahal.

Uma mensagem de texto circulou por Mumbai pedindo que as pessoas vistam roupas da cor preta no sábado. Muitos acenderam velas em cidades pelo país como um sinal de condolências.

Em outros lugares da Índia, milhares guardaram luto pela morte de 20 policiais e soldados nos combates com os militantes que transformaram a capital econômica e do entretenimento da Índia em uma zona de guerra, com ataques coordenados em vários pontos da cidade.

Imagens da TV mostraram caixões cobertos com bandeiras e coroas de flores sendo carregados em procissões coloridas. Bandas militares vestidas em uniformes vermelhos e pretos tocaram e fizeram salvas de tiros de homenagens durante as cerimônias funerais dos soldados mortos, que estão sendo considerados mártires.

Jornais chamaram os ataques de Mumbai de o "11 de setembro indiano" em referência aos ataques de 11 de setembro de 2001, que mataram aproximadamente 3.000 pessoas nos Estados Unidos.

Os políticos não deram trégua, com votações marcadas para Nova Délhi no sábado.

O partido Hindu nacionalista Bharatiya Janata (BJP), principal partido de oposição, fez anúncios de primeira página acusando a coalizão governista do Congresso de fracassar na defesa do país.

"Ataques terroristas brutais à vontade. Governo fraco. De má vontade e incapaz. Combata o terrorismo - Vote BJP", disse um anúncio, mostrando uma mancha vermelho sangue em um fundo preto.

O Partido do Congresso, criticado pelo BJP sobre a segurança nacional nas últimas semanas, respondeu: "20 dias de campanha falsa não podem substituir 10 anos de desenvolvimento. É a sua decisão".

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