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O presidente da Argentina, Javier Milei, busca estratégias para lidar com a alta inflação que atinge o país
O presidente da Argentina, Javier Milei, busca estratégias para lidar com a alta inflação que atinge o país| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

O Banco Central da Argentina decidiu nesta segunda-feira (18) mudar a taxa de juros de sua política monetária, que a partir de agora será de 100% nominal ao ano, inferior à atual.

A taxa de referência para a política monetária era a aplicada às Letras de Liquidez (Leliq), emitidas pelo Banco Central com vencimento de 28 dias e disponibilizadas em bancos comerciais. Elas são um mecanismo de absorção de liquidez, com juros nominais ao ano de 133%.

Porém, a direção do BC argentino decidiu que, a partir desta terça-feira (19), a taxa de juros de sua política monetária passará a ser a aplicada aos chamados Passes Passivos, outro tipo de instrumento disponibilizado entre os bancos comerciais, mas com prazo de um dia e cuja taxa foi reduzida no último dia 13 de 126% para 100% nominais ao ano.

A autoridade monetária também decidiu parar de emitir futuros de Leliq, "tornando as operações passivas seu principal instrumento para absorver os excedentes monetários", disse a instituição em comunicado.

"Ao centralizar suas operações em um único instrumento, e ao fazer de sua taxa de política a única taxa de juros de referência, busca-se tornar o sinal de política monetária mais claro e fortalecer sua transmissão para o restante das taxas de juros da economia", explicou a entidade.

No contexto de um excedente significativo de liquidez e de uma inflação elevada - 160,9% em novembro no acumulado em 12 meses -, a direção do Banco Central também considerou "prudente" manter uma taxa de juros "mínima" para os depósitos a prazo fixo, que decidiu estabelecer em 110% nominais ao ano.

O novo governo de Javier Milei decidiu reduzir os passivos remunerados do Banco Central - Leliqs e Passes Passivos - porque os juros obtidos com esses instrumentos são um fator de expansão da base monetária e, portanto, inflacionários.

Até um mês atrás, a preocupação do agora presidente Milei era a "bomba Leliq" e como desarmá-la sem provocar hiperinflação.

Mas a massa de Leliqs diminuiu nas últimas semanas, chegando a 3,5 trilhões de pesos, em detrimento dos Passes Passivos, que somam cerca de 21,7 trilhões de pesos, segundo dados de consultores privados.

Analistas do setor acreditam que, com essas decisões, as novas autoridades argentinas estão tentando incentivar os bancos comerciais a alocar a liquidez dos pesos em instrumentos do Tesouro de longo prazo (Com Agência EFE).

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