Diversas greves atingiram a Grécia hoje, após a convocação de um protesto nacional contra medidas de austeridade anunciadas pelo governo. Ao mesmo tempo, a administração local planeja enfrentar uma crise da dívida, após uma agência de classificação de risco rebaixar o país.
O ministro das Finanças da Grécia, George Papaconstantinou, circula por capitais europeias, para assegurar a investidores e ministros da União Europeia que o governo está agindo corretamente para enfrentar a situação. No país, milhares de professores, médicos do serviço público, trabalhadores portuários e jornalistas entraram em greve.
O dia nacional de protestos é organizado por sindicatos liderados por Comunistas. Duas grandes entidades, porém, aliadas ao Partido Socialista, que ocupa o poder, não aderiram à paralisação. Os protestos representam um novo dilema para o governo socialista, que luta para restaurar a credibilidade do país nos mercados financeiros e com a União Europeia. As paralisações devem atingir cerca de 60 cidades da Grécia.
Existe ainda o temor em relação à solvência de outros membros da zona do euro (que reúne os 16 países que adotam o euro como moeda). Nesta quinta-feira, Papaconstantinou vai se encontrar com o ministro das Finanças britânico, Alistair Darling, em Londres, antes de ir para Frankfurt para mais reuniões. "Nós consideramos seriamente cada levantamento internacional que concerne e influencia nosso país, mas temos nossa estratégia e seguiremos com ela", afirmou.
O déficit orçamentário da Grécia deve subir para 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, bem acima do limite da zona do euro, de 3%. A dívida, atualmente em 300 bilhões de euros, deve chegar a 113% do PIB em 2009. A meta da União Europeias é de 60%.