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Pesquisas eleitorais recentes mostram que o presidente americano, Joe Biden, está perdendo apoio do eleitorado jovem, uma força que foi essencial para garantir sua apertada vitória contra Donald Trump em 2020.
Boa parte dessa insatisfação surge em decorrência do posicionamento do democrata a favor de Israel na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, situação que tem colocado em xeque o apoio desse público historicamente favorável ao Partido Democrata nas urnas em novembro. Com isso, a campanha de reeleição de Biden tem se voltado para outras duas pautas importantes na tentativa de "segurar" os votos dos mais jovens: o acesso ao aborto e à maconha.
No início do mês, a emissora americana CBS divulgou que a campanha do democrata investiu mais de US$ 1 milhão no lançamento de anúncios focados na defesa do aborto, tentando vincular as crescentes restrições dos estados ao ex-presidente Donald Trump.
Mas essa centralidade na política da Casa Branca não é uma questão nova. A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, tem realizado uma turnê pelo país desde o início do ano para defender a pauta abortista, como parte da campanha de reeleição. Inclusive, em uma dessas viagens, deixou claro que o acesso generalizado ao aborto é dos principais objetivos da gestão Biden ao realizar um ato inédito na Casa Branca: Harris se tornou a primeira no cargo a visitar uma clínica de interrupção de gravidez em Minnesota.
O episódio mais recente do governo Biden nesse sentido aconteceu na semana passada, quando Harris participou de um comício no condado de Montgomery, perto da Filadélfia, onde voltou a defender a interrupção da gravidez como uma "questão de saúde pública".
Dias antes, ela visitou a Flórida, data na qual entrou em vigor uma restrição ainda maior do aborto no estado governado pelo republicano Ron Densatis. No local, a vice de Biden afirmou que acredita que "nenhum político deveria jamais se colocar entre uma mulher e um médico".
Durante os comícios de campanha, a gestão Biden-Harris tem relacionado a proibição do aborto no país ao ex-presidente e atual candidato republicano Donald Trump, a quem acusam de contribuir cada vez mais para a restrição.
Além do aborto, a administração Biden também busca angariar votos dos eleitores jovens com o afrouxamento da regulamentação federal sobre a maconha, anunciada no mês passado pela Administração Antidrogas (DEA).
Segundo comunicado pela agência federal em 30 de abril, a Casa Branca quer reclassificar o entorpecente como uma droga "menos perigosa". Com a mudança, a maconha deixaria de ser considerada uma droga de Classe I, categoria onde hoje está junto com a heroína e o LSD, e passaria à Classe III, junto com a ketamina e alguns esteroides anabolizantes, seguindo uma recomendação do Departamento Federal de Saúde e Serviços Humanos.
O uso recreativo da droga não seria seria autorizado pelo governo federal, mas sim os usos medicinais da cannabis, além do entorpecente passar a ser reconhecido como tendo menos potencial de consumo abusivo do que outras drogas. Ao todo, 24 estados já permitem o uso de maconha.
Uma série de pesquisas publicadas nesta segunda-feira (13) pelo jornal The New York Times aponta para uma vitória do ex-presidente americano Donald Trump em cinco dos seis estados-chave, em meio à insatisfação dos eleitores democratas com a economia e a guerra no Oriente Médio.
As projeções sugerem que a força de Trump entre os eleitores jovens e não brancos cresceu no mapa eleitoral, com o republicano conseguindo uma vantagem significativa nos estados do Arizona, Geórgia e Nevada.