Dois dias depois que seus aliados venceram os governos em 17 dos 23 estados da Venezuela, o ditador Nicolás Maduro disse que as eleições para as prefeituras devem ocorrer ainda neste ano. A declaração foi feita em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na terça-feira (17), enquanto fazia críticas ao presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, apontado por ele como um dos responsáveis pela violência nas manifestações contra seu regime.
"Temos uma ‘surpresinha’ no CNE [Conselho Nacional Eleitoral] que será revelada em seu momento. Julio Borges, se vocês quiserem deixar o sistema eleitoral, deixem-no, vai ter eleição com ou sem vocês. Se vocês ficarem, nas próximas eleições para prefeito vamos ganhar em 90% das prefeituras do país."
Leia mais: Em delação, executivo diz que Maduro recebeu US$ 35 milhões da Odebrecht
Na sequência, Maduro mencionou que o mandato atual dos prefeitos termina em dezembro, dando a entender que os venezuelanos poderiam ir às urnas antes que eles acabem.
Segundo o jornal "El Nacional", integrantes do governo, da oposição e do CNE afirmam que é bastante provável que a votação municipal seja no último mês de 2017.
Embora a coalizão oposicionista Mesa de Unidade Democrática (MUD) ainda não tenha fechado acordo sobre a participação em processos eleitorais futuros, a publicação diz que os partidos membros deverão se dividir entre ter ou não candidatos.
Atraso
Assim como a eleição para os governos estaduais, o pleito para as prefeituras está atrasado. O CNE previa que a escolha dos novos prefeitos seria em março deste ano, mas a adiou por tempo indeterminado no final do ano passado sob a justificativa de não ter condições financeiras de realizar a votação.
Logo após a convocação das eleições para governador, em agosto, a presidente do órgão eleitoral, Tibisay Lucena, disse que estimava que as eleições para prefeito aconteceriam no primeiro trimestre do ano que vem.
Analistas políticos ouvidos pela imprensa venezuelana avaliam que o regime de Maduro deverá aproveitar o bom momento criado dentro do chavismo após a vitória do último domingo (15) e a divisão de seus adversários para acelerar a convocação do novo processo eleitoral.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink