Miguel Díaz-Canel disse em Nova York que representava a voz “dos explorados e vilipendiados, como dito por Che Guevara nesta mesma sala há quase 60 anos”| Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE
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Em seu discurso no debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (19) em Nova York, o ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, recorreu ao discurso costumeiro contra o bloqueio econômico à ilha e pediu uma reforma no sistema financeiro internacional.

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Enquanto governa um regime que mergulhou sua população na inflação descontrolada, na escassez de medicamentos e de outros itens de primeira necessidade e na repressão, Díaz-Canel iniciou o pronunciamento com a alegação de que representava a voz “dos explorados e vilipendiados, como dito por Che Guevara nesta mesma sala há quase 60 anos”.

Em seguida, falou do Grupo dos 77 e da China, organismo que reúne 134 países em desenvolvimento e que acaba de concluir sua mais recente cúpula em Havana, com participação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

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“Povos diversos com problemas comuns. Acabamos de confirmar isso em Havana, que teve a honra de acolher a cúpula de líderes e outros altos representantes do Grupo dos 77 e da China, o agrupamento de nações mais representativo, amplo e diversificado que existe na esfera multilateral”, afirmou o ditador.

“Os países representados no G77 e a China, onde vive 80% da população mundial, não têm apenas o desafio do desenvolvimento, mas também a responsabilidade de modificar as estruturas que nos marginalizam do progresso global e transformam muitos povos do sul em laboratórios de formas renovadas de dominação. É urgentemente necessário um contrato global novo e mais justo”, disse Díaz-Canel, que pediu “uma transformação profunda da atual arquitetura financeira internacional, porque é profundamente injusta, anacrônica e disfuncional”.

Na parte em que reclamou do bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba, Díaz-Canel afirmou que não poderia “passar por este fórum mundial sem denunciar, mais uma vez, que há 60 anos Cuba sofre um bloqueio econômico sufocante, concebido para diminuir sua renda e o seu nível de vida, sofrer contínua escassez de alimentos, medicamentos e outros bens básicos e restringir o seu potencial de desenvolvimento”.

Entretanto, o embargo americano não proíbe as exportações de medicamentos e alimentos para Cuba.

Cubanos que emigraram para os Estados Unidos realizaram protestos em Nova York contra a participação de Díaz-Canel na Assembleia Geral da ONU. Segundo o Diário de Cuba, manifestantes que marcharam até a sede das Nações Unidas carregaram cartazes e faixas com mensagens como “Díaz-Canel assassino”, “Chega de presos políticos em Cuba”, “Em Cuba, se você protestar, você vai para a cadeia” e “SOS, Cuba”.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]