O governo francês vai manter os subsídios estatais ao diesel agrícola, segundo informações veiculadas neste sábado (27) pela a agência Reuters. A decisão foi tomada depois de duas semanas de bloqueios nas rodovias por parte dos agricultores, que reclamavam das medidas impostas pelo governo que afetavam o setor.
Os agricultores exigem nas manifestações a continuação da política de isenção fiscal ao combustível, a simplificação das regras ambientais e o fim das proibições de alguns inseticidas. Eles também se opõem ao acordo de comércio livre do Mercosul, que temem que traga “concorrência desleal de produtos latino-americanos mais baratos”.
O primeiro-ministro Gabriel Attal, que assumiu o cargo recentemente, disse que o governo vai interromper o plano de aumento gradual dos impostos sobre o diesel não rodoviário, que estava previsto para começar neste ano. Ele também prometeu reduzir a burocracia e continuar a vetar o acordo com o Mercosul.
Apesar do recuo do governo, os agricultores não pretendem ainda encerrar os protestos, que se espalharam por diversas regiões da França e também por outros países da União Europeia. Eles afirmam que o governo ainda não respondeu a todas as suas demandas e que vão manter a mobilização.
A França é um dos principais defensores das políticas ambientais da UE, que visam reduzir as emissões de carbono e desenvolver outras ações "verdes". No entanto, essas políticas têm gerado resistência de vários setores do setor agrícola, que alegam que elas aumentam os custos de produção.