Ouça este conteúdo
O grupo alemão Lufthansa anunciou nesta quinta-feira (1º) o cancelamento de todos os voos para Tel Aviv (Israel) a partir desta tarde e até o dia 8 de agosto, bem como o prolongamento da suspensão do tráfego aéreo para Beirute (Líbano) até o próximo dia 12.
“Devido aos acontecimentos atuais, o grupo Lufthansa está mais uma vez ajustando o seu serviço ao Oriente Médio”, afirmou à Agência EFE um porta-voz da empresa.
“Todos os voos de passageiros e carga para Tel Aviv estão temporariamente suspensos a partir da tarde de quinta-feira, 1 de agosto, até 8 de agosto inclusive”, detalhou.
Além disso, “o cancelamento de voos para Beirute foi prorrogado por uma semana, até 12 de agosto inclusive”, acrescentou.
A Lufthansa está oferecendo cancelamento gratuito ou nova reserva aos passageiros afetados pelos cancelamentos, destacou o porta-voz.
A companhia aérea já tinha decidido na noite desta quarta-feira (31) que um voo com escala programada em Larnaca (Chipre) para substituição dos pilotos e tripulantes de cabine, não continuaria até seu destino, o aeroporto de Tel Aviv, por conta do fechamento do espaço aéreo iraniano devido à “atividade militar".
Dessa forma, os pilotos e tripulantes do avião regressaram a Munique com 167 passageiros a bordo, em vez de voarem para Israel, segundo disse um porta-voz da companhia aérea ao jornal alemão Bild. Outros 23 passageiros optaram por permanecer no Chipre.
Israel pediu cautela aos cidadãos fora do país devido a uma possível resposta de Irã, Hamas e Hezbollah
Ainda nesta quinta-feira, o Conselho de Segurança Nacional de Israel apelou aos seus cidadãos que “tomem maiores precauções” quando viajarem para o exterior, por receio de possíveis respostas do Irã e dos grupos terroristas Hezbollah e Hamas, após os ataques em Beirute e Teerã essa semana.
“Existe a possibilidade de tentarem implementar suas reações contra alvos israelenses/judaicos no exterior, tais como: embaixadas, sinagogas” e locais semelhantes, afirma o comunicado divulgado nesta quinta.
As autoridades temem que a atual escalada de tensão no Oriente Médio também motive movimentos jihadistas e indivíduos a realizar ataques contra israelenses.
“Recomenda-se ao público que examine seriamente o grau de necessidade de chegar a um país com um nível de alerta médio e superior”, afirma o comunicado, incluindo nestes grupos Estados como Turquia e Afeganistão.
Nos países que classifica em faixas de ameaça mais baixas, como Espanha – assinalada como “ameaça potencial” -, o site do Conselho de Segurança Nacional israelense aconselha “aumentar as medidas de precaução”.
A Segurança Nacional também apelou às comunidades judaicas no exterior que habitam espaços como sinagogas, restaurantes kosher e outros tipos de negócios israelenses para tomarem precauções extremas, uma vez que "são um alvo importante para elementos terroristas".
A região vive um pico de tensão marcado por ameaças do Irã e Hezbollah de retaliar Israel pela morte do líder terrorista do Hamas, Ismail Haniyeh, e do comandante do grupo libanês que é apoiado pelo Irã, Fuad Shukr.
No caso de Haniyeh, Israel não confirmou nem negou a sua responsabilidade pelo ataque ao território iraniano.
Além disso, o grupo terrorista Hamas apelou ao mundo árabe, e especificamente a “todo o povo palestino da Cisjordânia”, para sair às ruas nesta sexta-feira (2), em um "dia de raiva avassaladora", em protesto pela morte do seu líder político.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta na reunião com o Comando da Frente Interna do Exército que o país está preparado para “qualquer cenário, defensivo ou ofensivo” neste contexto.