O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, que é membro do Hamas, disse nesta segunda-feira ter esperanças de que o encontro dele com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, resulte num acordo sobre a formação de um governo de unidade nacional capaz de convencer o Ocidente a retomar o envio de ajuda para a região.
Haniyeh e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, reúnem-se em Meca na terça-feira com uma delegação da Fatah comandada por Abbas. Os grupos também pretendem, no diálogo, colocar fim à guerra interna responsável por matar mais de 80 palestinos desde dezembro.
- Pode ser que encontremos obstáculos, mas confirmamos nossa intenção real de chegar a um acordo palestino-palestino que acabaria com o clima de tensão e reforçaria a unidade nacional - disse Haniyeh, na reunião semanal de gabinete realizada na cidade de Gaza. - Não temos outra escolha que chegar a um acordo - acrescentou.
Segundo o premier, um acordo de cessar-fogo selado entre as forças do Hamas e da Fatah continuava a ser respeitado. E Haniyeh disse acreditar que a trégua permanecerá de pé:
- O governo está determinado a garantir que o clima de calma seja duradouro e não apenas temporário.
Na cidade de Gaza, combatentes das facções rivais continuavam fora das ruas e poucas violações foram relatadas.
Membros do Hamas, que controla o governo palestino, e da Fatah realizaram patrulhas conjuntas na Faixa de Gaza a fim de garantir que os integrantes de suas fileiras se retirassem e desmobilizassem os postos de controle até a meia-noite, conforme exige o cessar-fogo.
Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas, acusou a Fatah de violar a trégua ao seqüestrar quatro membros do Hamas e recusar-se a retirar integrantes armados de cima do telhado de casas da cidade de Gaza.
- Tais violações podem desestabilizar a situação interna e colocar em perigo o diálogo de Meca - afirmou Barhoum à Reuters.
Apesar de os dois lados terem libertado alguns dos homens feitos reféns durante os combates, autoridades disseram que o Hamas ainda mantinha nove membros da Fatah em seu poder. De outro lado, 32 membros do Hamas continuariam nas mãos de homens da Fatah.
Tréguas seladas anteriormente pelos dois grupos acabaram ruindo em meio a um clima de tensão cada vez mais marcada. O Hamas, um grupo ativista islâmico cujos estatutos defendem a destruição de Israel, venceu a Fatah nas eleições de janeiro do ano passado, levando o Ocidente a suspender o envio de ajuda aos palestinos.
Potências ocidentais desejam que o grupo extremista adote uma postura mais moderada.
A decisão tomada por Abbas, em dezembro, de convocar eleições antecipadas detonou uma onda de violência particularmente intensa. O Hamas acusou Abbas, que é líder da Fatah, de planejar um golpe de Estado.
O presidente palestino disse que daria às negociações uma última chance para que seja formado um governo de coalizão entre o Hamas e a Fatah.
- A Fatah sempre esteve interessada em um acordo, um acordo que sirva aos interesses palestinos e que seja capaz de tirar nosso povo da crise interna, regional e internacional - afirmou Tawfiq Abu Khoussa, porta-voz da Fatah.
Mas Khoussa observou que rodadas anteriores de negociação haviam sido paralisadas depois de o Hamas ter rejeitado curvar-se às exigências de potências ocidentais, que desejam ver o grupo reconhecendo o Estado judeu, renunciando à violência e aceitando os acordos de paz já firmados com os israelenses.
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