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ESTADOS UNIDOS

Em nova escalada, Trump diz que pode enviar 15 mil soldados para deter caravana na fronteira

Inspirados pela caravana de Honduras, migrantes de El Salvador embarcam em uma jornada para os Estados Unidos, em San Salvador, 31 de outubro | MARVIN RECINOS / AFP
Inspirados pela caravana de Honduras, migrantes de El Salvador embarcam em uma jornada para os Estados Unidos, em San Salvador, 31 de outubro (Foto: MARVIN RECINOS / AFP)

Dois dias após anunciar o envio de 5.200 soldados para reforçar a fronteira com o México, o presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (31) que o efetivo final pode chegar a 15 mil.

O objetivo é deter uma caravana de migrantes que se dirige aos Estados Unidos, depois de deixar Honduras no último dia 13. Atualmente, eles estão a 1.600 quilômetros da fronteira com o país. 

Na Casa Branca, o republicano afirmou que o número de soldados “pode subir para algum lugar entre 10 mil e 15 mil militares” para ajudar os agentes de patrulha, o ICE (serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras) e outros no local. 

O objetivo, diz, é bloquear a entrada da caravana. Segundo ele, os EUA “estarão preparados” e os migrantes “não vão entrar em nosso país”. 

Mais cedo, o secretário de Defesa, Jim Mattis, havia defendido o emprego de milhares de soldados na fronteira. 

Ele negou ainda que a operação militar americana esteja sendo motivada pela proximidade com as eleições legislativas de 6 de novembro, em que os republicanos buscam manter o comando da Câmara dos Deputados e do Senado. 

Atualmente, 2.100 guardas nacionais apoiam os agentes na fronteira. Os 5.200 anunciados na segunda devem se somar a esse contingente. 

No momento, três caravanas de migrantes se dirigem aos EUA. No domingo (28), um terceiro grupo com mais de 300 salvadorenhos se reuniu e deixou a capital de El Salvador. 

Um segundo grupo está na fronteira entre a Guatemala e o México e chegou a reunir mais de mil pessoas, antes de se fragmentar. O grupo mais próximo, que está a 1.600 quilômetros da fronteira, tem cerca de 7.000 pessoas. 

Na segunda, o México anunciou que reforçou a segurança da fronteira com a Guatemala para tentar conter a entrada de novas caravanas. 

As autoridades enviaram agentes de segurança e lanchas da Marinha para a região e colocaram arame farpado nos portões que separam os países. 

Trump tem destilado fortes críticas e feito ameaças aos integrantes da marcha. No último dia 25, ele escreveu: “Àqueles na Caravana, deem a volta, nós não vamos deixar pessoas entrarem nos EUA ilegalmente. Voltem a seu país e, se vocês quiserem, peçam cidadania como milhões de outros estão fazendo!” 

Também na semana passada, afirmou que havia “criminosos” infiltrados na caravana e pessoas do Oriente Médio, acusação que repetiu na terça. 

O presidente já ameaçou cortar a ajuda à América Central e fechar a fronteira com o México. 

Segundo o jornal The Washington Post, ele também avalia proibir imigração e refúgio para centro-americanos, a exemplo do que foi feito no ano passado com países de maioria islâmica. 

Não é a primeira vez que Trump ameaça usar forças militares para impedir a entrada de imigrantes nos EUA. Em abril, quando outra caravana de migrantes atravessava o México em direção ao país, o republicano defendeu que tropas americanas detivessem o fluxo, sugerindo que fizessem o que autoridades migratórias não conseguiam. 

Mas após discutir o tema com Mattis e outras autoridades, solicitou apenas que guardas nacionais fossem mobilizados para atuar em funções de apoio.

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