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Refugiados rohingya do estado de Rakhine, em Myanmá, caminham por um caminho perto de Teknaf, em Bangladesh, em 2 de setembro de 2017. Cerca de 400 pessoas - a maioria deles muçulmanos Rohingya - morreram violentamente na última semana, e dezenas de milhares foram forçados a fugir para Bangladesh. Mais de 20.000 rohingya se espalharam pela fronteira de Bangladesh, impedidos de entrar no país, enquanto dezenas de pessoas desesperadas se afogaram tentando atravessar o Naf, um rio fronteiriço, em barcos improvisados. | SUZAUDDIN RUBEL/AFP
Refugiados rohingya do estado de Rakhine, em Myanmá, caminham por um caminho perto de Teknaf, em Bangladesh, em 2 de setembro de 2017. Cerca de 400 pessoas - a maioria deles muçulmanos Rohingya - morreram violentamente na última semana, e dezenas de milhares foram forçados a fugir para Bangladesh. Mais de 20.000 rohingya se espalharam pela fronteira de Bangladesh, impedidos de entrar no país, enquanto dezenas de pessoas desesperadas se afogaram tentando atravessar o Naf, um rio fronteiriço, em barcos improvisados.| Foto: SUZAUDDIN RUBEL/AFP

Cerca de 400 pessoas morreram em confrontos entre a minoria muçulmana rohingya e o Exército de Mianmá na última semana, segundo mostram novos dados oficiais. Este é o maior surto de violência que atinge a etnia no país em décadas.

No último dia 25, insurgentes rohingyas atacaram postos policiais e uma base do Exército no Estado de Rakhine, onde se concentra a maior parte da minoria.

Em reação, os militares iniciaram operações contra o grupo. Segundo o Exército, o objetivo é deter "terroristas extremistas" e proteger a população civil.

Porém, os rohingyas denunciam uma campanha de incêndios criminosos e assassinatos para forçá-los a deixar o país. Pelo menos 38 mil rohingyas fugiram de Mianmá para Bangladesh na última semana, de acordo com a ONU — a minoria tem cerca de 1,1 milhão de pessoas.

Na quinta-feira (31), três barcos que levavam pessoas da minoria muçulmana que fugiam dos conflitos naufragaram na costa de Bangladesh. Corpos de 26 crianças e mulheres foram achados.

"Catástrofe humanitária"

O conflito levou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a pedir nesta sexta a diminuição da violência para impedir uma "catástrofe humanitária" no país.

Os novos combates representam uma escalada em um conflito em ebulição desde outubro de 2016, quando ataques semelhantes de rohingyas a postos de segurança provocaram uma reação militar de Mianmá — o que gerou uma série de denúncias de abusos de direitos humanos.

Com maioria budista, Mianmá não reconhece os rohingyas como cidadãos, negando acesso a serviços como saúde e educação.

A continuação do conflito é o principal desafio da líder nacional Aung San Suu Kyi, que há dois anos assumiu o controle do país com a promessa de instalar a democracia em Mianmá. Ela é criticada por não se posicionar sobre a perseguição à minoria.

ATENÇÃO: Conteúdo sensível/ Um homem de Bangladesh toca o corpo de uma criança, uma das várias que se afogaram depois que seu barco naufragou no estuário do rio Naf, perto de Teknaf. Pelo menos 18.500 pessoas da etnia rohingya atravessaram Bangladesh desde que os combates começaram a entrar em erupção no estado vizinho de Rakhine, em Myanmar, há seis diasJASHIM MAHMUD/AFP
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