O Canadá apresentou um plano estratégico para o Indo-Pacífico que prevê o aumento de sua presença militar na região e endurece sua posição contra a China, país que descreve como “um ator global cada vez mais disruptivo”.
O documento, de 26 páginas e divulgado no domingo (27) pela chanceler canadense Mélanie Joly, sinaliza um acirramento das relações do Canadá com a China.
A China reagiu nesta segunda-feira (28) criticando as autoridades canadenses, dizendo que o plano está “repleto de preconceitos ideológicos”.
O documento garante que o objetivo da China é se tornar a principal potência da região por meio de sua influência econômica, seu impacto diplomático, suas capacidades militares ofensivas e suas tecnologias avançadas.
O Canadá considera que Pequim está realizando investimentos “em grande escala” para que a região e o resto do mundo se adaptem às suas necessidades.
“A China está orientada a moldar a ordem internacional em um ambiente mais permissivo para interesses e valores cada vez mais divergentes dos nossos”, acrescentou o plano estratégico canadense.
O plano compromete gastos de cerca de US$ 370 milhões nos próximos cinco anos para aprimorar a cooperação militar e de inteligência com os aliados de Ottawa na região.
Funcionários canadenses de alto escalão que discutiram o conteúdo do plano com repórteres nesta segunda-feira disseram que este contém ferramentas para aprofundar as relações com o Japão e a Coreia do Sul no Pacífico Norte, uma região que chamam de “vizinhança do Canadá”.
Além de aumentar sua presença militar no Pacífico, o Canadá afirmou que fortalecerá suas regras sobre investimentos estrangeiros para proteger a propriedade intelectual canadense e impedir que empresas estatais chinesas controlem matérias-primas importantes.
O lançamento do roteiro estratégico para o Indo-Pacífico ocorre quando as relações sino-canadenses estão em seu ponto mais baixo em décadas.
Ottawa e Pequim têm trocado críticas e retaliações desde que a polícia canadense deteve Meng Wanzhou, uma cidadã chinesa que é diretora financeira da Huawei e filha do fundador da empresa de tecnologia chinesa, a pedido dos Estados Unidos em dezembro de 2018.
Após a prisão de Meng, a China prendeu dois cidadãos canadenses, Michael Spavor e Michael Kovrig, acusando-os de espionagem.
Meng, Spavor e Kovrig recuperaram sua liberdade em setembro de 2021, após um acordo de três lados entre Canadá, Estados Unidos e China. Mas as relações diplomáticas entre o Canadá e a China nunca se recuperaram.
- Manifestações escancaram insatisfação popular na China – mas é cedo para falar em movimento por democracia
- Jornalista da BBC é preso durante protestos contra lockdown na China
- EUA proíbem venda de equipamentos da Huawei e de mais quatro empresas chinesas
- Canadá anuncia investigação sobre supostas delegacias chinesas clandestinas em seu território
Bolsonaro “planejou, dirigiu e executou” atos para consumar golpe de Estado, diz PF
PF acusa Braga Netto de pressionar comandantes sobre suposta tentativa de golpe
Governadores do Sul e Sudeste apostam contra PEC de Lula para segurança ao formalizar Cosud
Congresso segue com o poder nas emendas parlamentares; ouça o podcast