Em sua primeira entrevista a uma rede de televisão americana, os príncipes William e Harry falaram ao apresentador Matt Lauer, da NBC News, sobre o show que organizaram para homenagear a mãe, a princesa Diana, e como a vida dos dois foi transformada por sua morte precoce, que completa 10 anos em agosto. A entrevista, que vai ao no próximo dia 18, às 6h (horário de Brasília) no programa Today, e às 9h no programa Dateline NBC, foi gravada na residência dos príncipes em Londres, a Clarence House, em maio.

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Na conversa, William e Harry explicam por que decidiram homenagear a mãe com um show no dia 1º de julho, quando ela faria aniversário, e falam das lembranças que guardam dela, uma década depois do acidente que a levou à morte. Os príncipes também comentam seus esforços para levar uma vida normal - como Diana tentava -, o que pensam sobre a fanascinação que provocam ao redor do mundo e como isso afeta a vida pessoal dos dois.

Eles também trocam impressões sobre os Estados Unidos, revelam que profissões gostariam de seguir se não fizessem parte da família real e contam qual era o apelido de infância de cada um. Veja abaixo alguns trechos da entrevista liberados pela emissora.Vida normal

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LAUER: Sua mãe costuma dizer que uma das maiores preocupações com vocês era que os dois vivessem a vida da forma mais normal possível. Dez anos depois, vocês acham que ela estaria chateada ou feliz?

HARRY: Eu acho que ela estaria feliz pela maneira como estamos indo em relação a isso mas um pouco triste pela maneira com que outras pessoas estavam vendo isso, como se falassem "Olha, vocês não são normais, então parem de tentar ser normais", coisa que a gente escuta muito. É como se dissessem "parem de tentar ser normais". Você tem certa responsabilidade. O que obviamente nós temos, e nós sabemos que temos responsabilidade. Mas em relação à nossa vida particular e a outros determinados assuntos da nossa vida, queremos ser o mais normais possível. E é sim difícil, porque num certo sentido nós nunca seremos normais.

LAUER: Quando eu estavam saindo dos Estados Unidos dizendo às pessoas que eu iria conversar com vocês, que estavam próximos de passar pelo décimo aniversário de morte da mãe de vocês, eu não consigo nem dizer quantas pessoas disseram "Nossa, já faz dez anos?". Parece que foi há dois ou três anos. Como esse tempo passou para vocês dois?

HARRY: Pessoalmente, muito, muito devagar, na verdade. É estranho porque eu acho que quando ela se foi, aquele tempo nunca existiu, nunca houve aquela espécie de calmaria. Nunca houve aquela espécie de paz ou calma para nenhum de nós.

Ao longo dos últimos 10 anos, eu pessoalmente senti como se ele estivesse ali, ela estava sempre ali. Ela sempre foi uma lembrança constante para nós dois e para todos. E, além disso, eu acho que quando você está sendo obrigado a lembrar disso, isso se torna muito mais longo e é muito mais lento.

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LAUER: Você sente da mesma forma?

WILLIAM: Sinto. Quer dizer, na minha opinião, quando você conheceu pessoas ou alguém que tenha sido importante para você, você sempre pensa nela. Quer dizer, depois que isso aconteceu, nós sempre pensamos nisso. E não há um dia em que eu não pense nisso pelo menos uma vez. Então, para nós, é muito lento.

HARRY: Quando as pessoas pensam nisso, elas pensam na sua morte. Elas pensam o quanto foi errada. Elas pensam sobre o que terá acontecido. Não sei, para mim, pessoalmente, não importa o que tenha acontecido naquela noite. Não importa o que tenha acontecido naquele túnel. Ninguém vai saber. E tenho certeza que as pessoas vão pensar nisso o tempo todo.

LAUER: Você parou de fazer suposições?

HARRY: Eu nunca vou parar de fazer suposições sobre isso.

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Sobre o desafio de manter relações com outros

Relacionamentos

LAUER: Há muitas pessas que querem dinheiro...

HARRY: Mas ao mesmo tempo, é preciso entender que é tão difícil para os nossos amigos quanto para nós - existe confiança. Você parece surpreso quando eu digo isso. Mas a a razão pela qual eu digo é que nossos amigos tem que suportar muita coisa.

LAUER: Então o peso é para os dois lados?

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WILLIAM: Tem um grande peso que vem com a gente, pode acreditar. Um grande peso.Trabalho

LAUER: Se o último nome de vocês não fosse "Windsor" e vocês não tivessem as obrigações que têm desde que nasceram, o que gostariam de fazer profissionalmente?

HARRY: Todo o tipo de coisas.

LAUER: Como o que?

WILLIAM: Bom, quando eu era mais novo, eu queria ser policial. E eu não gostaria de fazer isso agora (risos).

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LAUER: O policial mais popular da área.

WILLIAM: Exatamente.

LAUER: O que você gostaria de fazer agora?

WILLIAM: Eu não sei. É realmente uma pergunta difícil. Eu acho que eu gostaria de pilotar helicópteros. Eu gostaria de ser algum tipo de piloto de helicópotero, trabalhar para a ONU, talvez, ou alguma coisa parecida. Fazer alguma coisa. Eu teria que fazer alguma coisa agitada e divertida, mas com o objetivo de ajudar as pessoas.

LAUER: E você, Harry?

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WILLIAM: Ele provavelmente sentaria para jogar jogos no computador e beber cerveja (risos).

HARRY: Ah, muito obrigado. Não, sinceramente, eu não sei como isso seria, mas eu provavelmente iria morar na África. Eu gostaria de passar o tempo lá.

LAUER: Com um sentido humanitário?

HARRY: Também. Seria num sentido humanitário assim como num safári. Eu teria que ter um emprego. Então seria, provavelmente, um guia de safári.