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Em participação por vídeo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, buscou antagonizar os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e o G7, ao apontar que as economias somadas do bloco já superam as dos países mais ricos do mundo em termos de paridade de poder de compra.
A fala de Putin ocorreu durante o fórum econômico do bloco, que abre a cúpula dos chefes de Estado dos Brics, que está sendo realizada na África do Sul.
“Em termos de paridade de poder de compra, os 'cinco' ultrapassam o grupo dos sete”, disse Putin, segundo informações da agência Tass. “A previsão para 2023 é de 31,5% contra 30% [do total mundial]”, enfatizou Putin.
O G7 é composto pelas economias mais desenvolvidas do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. A paridade de poder de compra diz respeito a quanto uma determinada moeda pode comprar em termos internacionais.
Segundo a Tass, o presidente russo também destacou que os Brics somam mais de 3 bilhões de habitantes e quase 26% do PIB mundial.
Putin não participa presencialmente da cúpula do bloco, que vai até quinta-feira (24), porque o Tribunal Penal Internacional (TPI) ordenou sua prisão devido às deportações ilegais de crianças ucranianas para o território russo durante a guerra.
Como a África do Sul é membro do TPI, seria obrigada a prender o presidente russo caso ele fosse ao país.
No pronunciamento, Putin também afirmou que “a Rússia é favorável a estabelecer uma cooperação mais estreita dentro da estrutura dos Brics para o fornecimento confiável e ininterrupto de recursos energéticos e alimentares aos mercados mundiais”.
Porém, em julho, a Rússia saiu do acordo de grãos do Mar Negro, que durante um ano havia permitido a exportação de alimentos da Ucrânia a partir dos portos do país invadido mesmo com a guerra em andamento, o que elevou as projeções de alta dos preços e aumento da fome em vários países.
Nesta terça-feira, Putin voltou a afirmar que seu país é capaz de substituir os grãos ucranianos no mundo, tanto comercialmente quanto gratuitamente, como ajuda humanitária. (Com Agência EFE)