Policiais passam diante de imagem de Obama na Embaixada norte-americana em Pequim: tensão aumenta| Foto: Jason Lee/Reuters

Guerra virtual

Ataque ao Google começou em escolas chinesas

Da Redação, com agências

Os últimos ataques contra o Google tiveram origem em uma universidade e uma escola de formação profissional da China, segundo reportagem publicada ontem no jornal americano The New York Times.

De acordo com a publicação, vários investigadores, incluindo especialistas dos serviços de espionagem eletrônica dos EUA, confirmaram onde começaram os ataques.

Os especialistas não poduram determinar, porém, se o governo chinês tem relação com as sabotagens, já que é possível que haja manipulação dos computadores das instituições, inclusive de fora da China.

O Google denunciou, no último dia 12 de janeiro, que suas operações tinham sido alvo de ciberataques, provavelmente procedentes da China, com o objetivo de acessar as caixas de e-mails de dissidentes chineses, além de roubar códigos e segredos comerciais da empresa.

Além do Google, cerca de vinte outras empresas foram afetadas pela onda de ciberataques, que os investigadores acreditam ter começado em abril do ano passado.

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O governo da China convocou ontem o embaixador americano em Pequim, Jon Huntsman, para transmitir uma queixa formal pela reunião de quinta-feira en­­tre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o dalai-lama, líder tibetano no exílio.

"O ato dos EUA interferiu grosseiramente nos assuntos internos da China, agrediu sentimentos nacionais do povo chinês e seriamente afetou os laços sino-americanos’’, disse hoje em comunicado Ma Zhaoxu, porta-voz da chan­­celaria.

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O Tibete, agregou, é "parte inalienável do território chinês’’ e assunto "puramente doméstico’’.

Apesar da pressão chinesa, Obama e a chanceler Hillary Clin­­ton se reuniram com o líder religioso, que a China acusa de separatismo. Pequim se opõe a encontros de líderes estrangeiros com o dalai-lama e já cancelou cúpulas e adiou negócios com países co­­mo França e Dinamarca por causa de visitas do líder budista.

Para conter o estrago, a Casa Branca tratou o encontro com discrição. A imprensa não teve acesso, e Obama não deu declarações, apesar de uma foto da reunião ter sido divulgada na internet.

Mas a reação foi dura do mesmo jeito. "As palavras e ações do dalai-lama comprovam que ele não é uma figura religiosa pura, mas um exilado político engajado em atividades separatistas’’, disse o comunicado chinês.

O teor da conversa entre Hunts­­man e o vice-chanceler chinês, Cui Tiankai, não foi revelado por nenhum dos lados, mas a Em­­baixada dos EUA em Pequim in­­formou que a mensagem do lado norte-americano foi a seguinte: "Agora é o momento de avançarmos e cooperarmos de modo que beneficie os dois países, a região e o mundo."

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O entendimento entre a China e os EUA é considerado vital para a solução de problemas globais, como mudança climática, a crise econômica e os programas nucleares do Irã e da Coreia da Norte.

Segundo o governo chinês, ao receber o líder tibetano, Obama desrespeitou três comunicados conjuntos assinados por Estados Unidos e China, cujos textos afirmam que o Tibete é parte inalienável do território chinês. Essa continua a ser a posição oficial de Washington. Após o encontro com o dalai-lama, a Casa Branca divulgou nota na qual afirmou que Obama manifestou apoio à preservação da identidade religiosa, cultural e linguística do Tibete.

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Interatividade

Ao receber o dalai-lama, Obama interferiu nos assuntos internos da China?

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